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Brasil inicia substituição de tropas no Haiti com mudança de foco

brazilunAté o início de dezembro um efetivo de 652 homens do 1º Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabatt) devem chegar a Porto Príncipe, onde integrarão o novo contingente do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), informou por meio de nota o Ministério da Defesa.

No último domingo (4), 130 militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) embarcaram para a capital haitiana. Este é o 17º contingente enviado ao país pelo Brasil, que lidera a Minustah desde que a missão foi criada, em 2004.

No embarque de domingo, uma aeronave KC-137 da FAB partiu do Rio de Janeiro com 46 militares , sendo 31 da Marinha, 13 do Exército e dois da FAB. Outros 84 soldados do Exército ingressaram a bordo do avião em escalas nas cidades de Natal (RN) e Manaus (AM). A próxima partida está marcada para esta quarta-feira (7).

Para reforçar as ações logísticas da Minustah, a Marinha do Brasil enviou, há uma semana, o Navio de Desembarque de Carros de Combate “Garcia D’Avila”. A embarcação irá transportar material da Força de Fuzileiros da Esquadra e do Exército para suprir os contingentes das tropas brasileiras no Haiti, além de substituir o material que será repatriado e que necessita de manutenção.

Redução e mudança de foco

Por liderar o componente militar da missão, o Brasil é o país que conta com o maior efetivo militar na nação caribenha. Atualmente, 1.878 capacetes azuis brasileiros atuam no Haiti, sendo 249 da Marinha, 1.599 do Exército e 30 da FAB.

Esse quantitativo, no entanto, tende a diminuir gradualmente, de acordo com a Resolução 2070, de 12 de outubro de 2012, do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento renovou, por mais um ano – até 15 de outubro de 2013 – as atividades da Minustah.

Na resolução, o órgão determinou uma redução de 15% no contingente militar que 19 países mantêm no Haiti. Cairá de 7.340 para 6.270, em 2013, o total de efetivos que atuam na reintegração do país. No caso do Brasil, a ideia é diminuir para 1.418 homens a partir da próxima troca de contingente (18º). A decisão, porém, ficará a cargo da própria Minustah e já está em tratativas. O número de integrantes da Força Policial também será reduzido de 3.241 para 2.601 homens.

De acordo com o documento expedido em outubro, a ONU também vislumbra uma nova fase no apoio dado ao Haiti. Ao tratar dos objetivos principais da missão, a resolução do Conselho de Segurança destaca que “a Minustah vai continuar provendo apoio logístico e tecnológico para desenvolver a capacidade do Estado Haitiano” – uma orientação distinta em relação ao entendimento que prevalecia anteriormente, com foco maior nas ações de segurança.

Além disso, algumas tarefas que antes cabiam à Minustah já estão a cargo das unidades policiais do país. Essa transferência de responsabilidades é realidade em quatro dos dez departamentos haitianos: Sul, Grand-Anse, Nippes e Noroeste.

Pelo documento da ONU, a missão no Haiti tem o objetivo, ainda, de atuar na promoção à proteção dos direitos humanos, principalmente das mulheres e das crianças.

 

Fonte: Portal EBC

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