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Brasileiros e angolanos trocam experiências culturais

Redação Correio Nagô Brasil - Angola

Angola, país localizado na África e que tem 18 milhões de habitantes, é visto como um destino para os brasileiros. Segundo a embaixada do Brasil em Luanda, capital angolana, os brasileiros se sentem atraídos pela região por conta das oportunidades de emprego. “Inicialmente, foi o trabalho que me atraiu. Aqui, a gente consegue entender a sociedade [angolana], as demandas da população. Hoje, a gente tem pessoas em todas as áreas, desde cabeleireiros, manicures, pessoal de música, fora a mão de obra mais específica para a construção civil, para a área do petróleo”, afirma, para a TV Angola, o fotógrafo Sérgio Guerra, que vive há 17 anos no país.

Em Angola, há aproximadamente 30 mil moradores brasileiros. O professor e especialista em marketing Cabingano Manuel está no país africano há 12 anos. Para a TV Brasil, ele diz que o que motivou a sua ida foi a oportunidade de trabalhar, mas se interessou pela cultura angolana, pelas pessoas, pelo reconhecimento e resolveu permanecer no local.

Não somente os brasileiros vão para Angola. As relações estabelecidas entre estes povos também resultam da imigração de pessoas de localidades angolanas para regiões brasileiras. De acordo com o Ministério de Justiça do país africano, até o ano passado (2014), mais de 12 mil angolanos moravam em estados brasileiros. Muitos jovens deixaram o seu país natal por causa da guerra civil de 1990. “Eu queria muito sair. O país estava em guerra e nós, jovens, naquela época com 16 e 17 anos, com porte físico, éramos alvo, no sentido de que as Forças Armadas do país precisavam de jovens para poder lutar e eu não queria isso, aquela guerra não valia a pena”, contou, para a Rede Angola, o africano  Bilongo, que hoje é cabeleireiro especializado em cortes masculinos estilizados, no centro do Rio.

Muitos angolanos chegados ao Brasil se encontram na condição de refugiados. Segundo o Comitê Nacional de Refugiados (Conare), dado este divulgado pelo G1, há mais de 1.000 angolanos abrigados no país latino-americano. Mas, esta relação entre as duas nações se deve também ao desejo de muitos profissionais em se aperfeiçoarem em determinadas áreas de estudo. Canbigano Manuel informa, para a Rede Angolana, que ele resolveu chegar em terras brasileiras para fazer mestrado em comunicação e uma especialização em administração. Segundo Manuel, ele conheceu o Brasil dando palestras pela região. “Minha decisão de vir foi primeiramente acadêmica, só depois disso vieram as outras coisas, disse para a Rede.

Desde 1951, o refúgio é um direito de estrangeiros garantido pela Organização das Nações Unidas (ONU), e foi ratificado pelo Brasil em 1997. Conforme o Ministério da Justiça, podem solicitar o refúgio pessoas que são perseguidas por motivos de raça, gênero e religião, por exemplo. Na sociedade brasileira, o refúgio é regido pela lei 9.474 de 1997, que estabelece o procedimento, direitos e deveres dos refugiados.

Relação Cultural Angola- Brasil – O Brasil e a Angola possuem fortes relações culturais. As semelhanças existentes em aspectos ligados à dança e à alimentação, por exemplo, mostram que a distância entre estes países é muito pequena.

As manifestações religiosas como os calundus, que é originária de países do sul da África, como é o caso da Angola, estão presentes nos cultos afro-brasileiros. Segundo informações divulgadas pelo site Rede de História, a capoeira recebeu influência da dança da zebra, que nasceu em regiões angolanas.

 

 

 

 

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