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“BRASILEIROS VOTAM PARA PARLAMENTO ITALIANO” Por Jorge da Silva

Uma notícia aparentemente trivial tem aparecido aqui e ali, como a do título acima, da Folha de São Paulo (02/02/2013): neste mês de fevereiro ocorrerá a eleição para o Parlamento da Itália. Cidadãos italianos residentes no exterior poderão votar até o dia 21, por intermédio das representações diplomáticas daquele País. Elegerão seis senadores e 12 deputados. No Brasil, podem habilitar-se ao voto tanto italianos originários aqui residentes quanto brasileiros que possuam dupla cidadania, caso de pessoas ilustres como a atriz Fernanda Montenegro, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o chargista Lan, o ministro Gilberto Carvalho, e milhares de outros ítalo-brasileiros, entre empresários, políticos, intelectuais, artistas. Têm direito a eleger dois senadores e quatro deputados para representarem a América do Sul.

Os votantes também podem ser votados. No Brasil, há candidatos em plena campanha. O jornalista Ilimar Franco, ao noticiar o fato em sua coluna no Globo, apresentou a candidata gaucha Cláudia Antonini (com foto inclusive), a qual disputa uma das quatro vagas de deputado com outros 10 candidatos brasileiros  oriundi , e ainda outros da comunidade italiana da América do Sul.

“BRASILEIROS VOTAM PARA PARLAMENTO ITALIANO” Por Jorge da Silva

Todo esse processo evidencia que não há incompatibilidade entre um cidadão brasileiro portar outra cidadania, em especial a italiana, de vez que se trata de nação com estreitos laços históricos com o Brasil. É perfeitamente natural, portanto, que brasileiros com dupla nacionalidade amem o seu País e se orgulhem das suas raízes ancestrais.

A notícia, no entanto, não é trivial, pois a principal proposta dos candidatos do Brasil é, como se lê na Folha, “ agilizar o processo de obtenção de cidadania italiana ”, já que milhares de brasileiros de todas as camadas aguardam há anos na fila para obtê-la. Daí, considerando a sofreguidão com que, desde 1994, brasileiros buscam a cidadania de países europeus, tem-se a impressão de que, para os que a buscam, a cidadania europeia é mais importante do que a brasileira, ou traz mais vantagens. Uma das possíveis explicações para a corrida são as humilhações e os vexames sofridos por brasileiros que portam apenas passaporte brasileiro nos aeroportos europeus, e norte-americanos. (Nota: em 1994, uma Emenda de

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