Uma notícia aparentemente trivial tem aparecido aqui e ali, como a do título acima, da Folha de São Paulo (02/02/2013): neste mês de fevereiro ocorrerá a eleição para o Parlamento da Itália. Cidadãos italianos residentes no exterior poderão votar até o dia 21, por intermédio das representações diplomáticas daquele País. Elegerão seis senadores e 12 deputados. No Brasil, podem habilitar-se ao voto tanto italianos originários aqui residentes quanto brasileiros que possuam dupla cidadania, caso de pessoas ilustres como a atriz Fernanda Montenegro, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o chargista Lan, o ministro Gilberto Carvalho, e milhares de outros ítalo-brasileiros, entre empresários, políticos, intelectuais, artistas. Têm direito a eleger dois senadores e quatro deputados para representarem a América do Sul.
Os votantes também podem ser votados. No Brasil, há candidatos em plena campanha. O jornalista Ilimar Franco, ao noticiar o fato em sua coluna no Globo, apresentou a candidata gaucha Cláudia Antonini (com foto inclusive), a qual disputa uma das quatro vagas de deputado com outros 10 candidatos brasileiros oriundi , e ainda outros da comunidade italiana da América do Sul.
Todo esse processo evidencia que não há incompatibilidade entre um cidadão brasileiro portar outra cidadania, em especial a italiana, de vez que se trata de nação com estreitos laços históricos com o Brasil. É perfeitamente natural, portanto, que brasileiros com dupla nacionalidade amem o seu País e se orgulhem das suas raízes ancestrais.
A notícia, no entanto, não é trivial, pois a principal proposta dos candidatos do Brasil é, como se lê na Folha, “ agilizar o processo de obtenção de cidadania italiana ”, já que milhares de brasileiros de todas as camadas aguardam há anos na fila para obtê-la. Daí, considerando a sofreguidão com que, desde 1994, brasileiros buscam a cidadania de países europeus, tem-se a impressão de que, para os que a buscam, a cidadania europeia é mais importante do que a brasileira, ou traz mais vantagens. Uma das possíveis explicações para a corrida são as humilhações e os vexames sofridos por brasileiros que portam apenas passaporte brasileiro nos aeroportos europeus, e norte-americanos. (Nota: em 1994, uma Emenda de