Redação Correio Nagô* – “Mar, mulher, mãe de toda raça. Iemanjá é mãe, ela é África”. Os versos são da canção Yema Samba, da cantora, pianista e pesquisadora Cândida. Em comemoração ao 2de fevereiro, a faixa, considerada o maior trabalho rítmico do seu primeiro EP produzido por Alê Siqueira (que já trabalho com Marisa Monte, Ana Carolina e Omara Portuondo), ficará disponível para ser baixada gratuitamente durante todo o mês de fevereiro através do link nas redes sociais da cantora.
(Foto: Júnior Frito)
A canção é composta por Cândida em parceria com o baiano Jeã de Assis e com trecho reservado à benção de Mãe Índia, da casa mais antiga da nação Gêge, o Terreiro do Engenho Velho da Federação, em Salvador.
Tanto o Vídeo Music quanto a própria música seguem a mesma referência. “A ideia era tratar um tema afro de uma maneira diferente do convencional”, explica Cândida. No vídeo, gravado no município de Salinas das Margaridas, no Recôncavo baiano, as águas de Iemanjá, tão associadas ao homem pescador, são mostradas na interação com as mulheres mariscadeiras que têm nessa atividade o sustento familiar.
Já na faixa – que começa com um congo (que lembra o funk carioca), passa para um ijexá no refrão e depois apresenta um embalar – os pneus de Peu Meurray e o coro de ekedes são acompanhados pelo ritmo eletroacústico que destaca o trabalho autoral e independente de Cândida, que em Yema Samba, além de cantar, toca piano e o clavinete.
As águas são para a cantora sua principal fonte de inspiração. É também por isso, mas não só, que a artista mantém, em todos os elementos do seu trabalho, uma campanha de preservação das águas que tem o bordão “Pelas águas! ¡Por las aguas! Save Water!”. “Nessa data, em que se comemora o dia de Iemanjá, é importante chamar a atenção para o mar como uma fonte de vida, símbolo da divindade mulher, que merece ser respeitada e reverenciada sem excessos ou oferendas que poluam o meio ambiente”, enfatiza Cândida.
Baioca – Baiana ou carioca? Essa ponte aérea rendeu a Cândida o apelido de “baioca”, sugerido por Carlinhos Brown, que a conhece pelo destaque no cenário erudito, de onde vem e preserva raízes dos 27 anos de performance. Atualmente vive entre esses estados, além de São Paulo, por conta da carreira e da vida acadêmica (é professora dos cursos de música da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Foi Brown e Alê Siqueira, durante as gravações da trilha de Capitães da Areia (2011), da qual Cândida fez parte, que incentivaram a carreira autoral, que estreou com o EP Cândida, em 2011. Ainda este ano a artista lançará um novo mini-álbum, que já tem o single Te Devorar recém lançado em dezembro, em São Paulo.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da cantora