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Cantora Mariella Santiago estreia projeto que mistura música, artes visuais e gastronomia em Salvador

ferdsVerão, música, artes visuais e gastronomia. Estes são os ingredientes do novo projeto da cantora Mariella Santiago que nos próximos três domingos de janeiro (13, 20 e 27) realiza shows no Museu de Arte Moderna (Mam). No projeto, batizado de “Encontros de Verão com Mariella & Convidados”, a cantora lança ainda o single Ella, faixa que dá nome ao seu novo disco.

A faixa integra as 14 músicas do álbum produzido por Mariella em parceria com o paulistano radicado na Bahia, Beto Neves, e fruto do Edital Conexão Vivo Bahia. O disco é uma produção do selo baiano Garimpo.

Nos shows, Mariella recebe artistas como Chico César, Marcia Castro, Gabi Guedes (Rumpilezz), Mateus Aleluia, Galvão (Novos Baianos), Paulinho Boca de Cantor, Juliana Ribeiro, Laila Rosa, Rafael Pondé e Bemba Trio.

“Nos conhecemos bem, já participei de projetos com quase todos e, sobretudo, compartilham do mesmo desejo de congregar pra gerar o encontro, a arte. Todos participam de coração, pelo prazer de estar junto e gerar algo diferente”, diz a cantora, em entrevista ao Portal Correio Nagô e se referindo aos convidados.

Mariella já gravou com Sting, cantou com Gilberto Gil e Carlinhos Brown. Foi cantora da banda do poeta Galvão (Novos Baianos), e do grupo de Roberto Mendes e Jorge Portugal, interpretando seus sambas e chulas santamarenses. Sua discografia já soma mais de uma dezena de CD’s, entre participações especiais e compilações, lançados no Brasil e no exterior..

“Todos (os convidados) fazem da sua arte uma maneira de propor novas maneira de ver o mundo, trabalham em suas canções/imagens temas que nos mostram que há vida além do preconceito, seja ele racial, de gênero ou classe, qualquer forma de preconceito. Todos nós temos uma postura, acredito, propositiva, afirmativa”, complementa.

A cantora destaca ainda o significado para ela das diferentes participações que terá nos shows. “A música, sobretudo a música negra, tem uma tradição de improviso, de ser gerada nos encontros sociais. Essa característica é um traço da cultura brasileira. Festejar junto, compartilhar sentimentos…Cada convidado traz sua música, única, sua história. E isso transforma o show numa ocasião ainda mais rica e diversa. Sou amante e defensora da diversidade, inclusive na presença dos artistas”, conta.

Show – A discotecagem fica por conta do Sistema Kalakuta e DJ Riffs e DJ Maira na abertura e after hours do show. Além da presença de artistas consagrados, Mariella recebe novos talentos da terra como Lívia Matos, acordeonista, e a violinista e cantora Laila Rosa, que gravou a canção Água, de autoria de Mariella e Pascal Heranval no seu CD de estreia.

O convite para a realização do projeto no MAM partiu da artista plástica Stella Francesco Carozzo, então diretora do museu, que se sensibilizou com a proposta. “O MAM é um espaço grandioso, uma verdadeira casa das artes”, diz Mariella.

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Criação – Baiana, a cantora conta que em 2009, por questões familiares, passou a morar no Rio de Janeiro. “Foi um período em que vivi entre a realidade carioca e a baiana, com todos os seus contrastes de paisagem, humana e geográfica. A distância de Salvador me causou muitas saudades, da família e também da atividade cultural que sempre exerci na cidade”, relata.

Ao voltar para Salvador, Mariella diz que percebeu uma mudança na cidade. “As coisas mudaram. A maneira de os artistas alternativos pensarem e produzirem cultura mudou muito com a realidade dos editais. Por um lado foi bom, organiza as coisas…Mas percebi que a gente (os artistas) perdeu um pouco daquela sanha de produzir em parceria, de inventar soluções pra superar as dificuldades de montar um trabalho artístico , e também do prazer de se reunir pra criar e realizar trabalhos juntos, independente desse encontro gerar capital financeiro. Foi no intuito de reunir amigos para o encontro com outros amigos o público) nesse espírito que surgiu o projeto”, ressalta.

Gastronomia – A cada show, quem for ao MAM degustará um menu especial, em sintonia com o tema da noite. São criações de chefs como Tereza Paim (Restaurante Casa de Tereza), Alício Charoth (Cozinha Nômade), e Andrea Gama (Visca Sabor & Arte) que aderiram à ideia.

“Gosto de cozinhar. O prazer de misturar ingredientes para compor um prato tem algo de mágico, e acho que a comida, quando tratada com essa dimensão mágica, quase ritualística, agrega muita felicidade a nossas vidas. Acho que o fato de ser baiana e ter crescido em meio às religiões de matriz africana onde o ebó, a oferenda é muito importante sem dúvida me influencia nessa maneira de sentir as coisas”, afirma.

greffdsDe acordo com a cantora, os chefs convidados não só cozinham “com arte e prazer” como são profissionais preocupados em transmitir seus conhecimentos. “Eles participam e promovem cursos de formação, como Alício Charoth (Cozinha Nômade) que realiza um trabalho de formação com uma comunidade em Arembepe e busca expandir a experiência para Salvador”, complementa.

Cenografia – A área externa do museu será tomada por projeções de vídeos com obras de artistas contemporâneos. Os domingos contarão ainda com a presença do coletivo de grafiteiros Musas, e dos Gigantes do Imaginário, imensos bonecos confeccionados pelo coletivo em workshop da curitibana Alessandra Flores.

Paula Carneiro Dias assina, com Mariella Santiago, a direção artística do projeto. A realização é uma parceria da produtora Cínthia Pessoa Santiago com Mariella. Os ingressos custam R$ 16.

*Por Anderson Sotero

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