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Carlos Menem pode ser cassado e condenado por contrabando de armas — Rede Brasil Atual

Comissão do Senado decide aceitar processo após condenação judicial que pode render de quatro a doze anos de prisão

São Paulo – A Comissão de Assuntos Constitucionais do Senado da Argentina parece prestes a remover o escudo que há quase 15 anos protege o senador Carlos Menem, ex-presidente da República, acusado por uma série de delitos de corrupção. Ontem (20) abriu-se o caminho para a abertura de uma comissão especial que vai analisar o caso de contrabando de armas ao Equador e à Croácia, esquema que vigorou entre 1991 e 1995 e pelo qual o político de La Rioja é apontado como co-autor.

O que permitiu que finalmente se rompa o cerco de proteção a Menem foi a mudança de posição da bancada ligada à presidenta Cristina Fernández de Kirchner. Desde que deixou a Casa Rosada, o político aposta em manter um cargo eletivo para assegurar-se foro privilegiado e em fidelidade ao Executivo como forma de blindar-se. Mas, agora, a pressão da União Cívica Radical e da Frente Ampla Progressista levou o kirchnerismo a permitir, em abrir, a abertura de uma investigação.

No último dia 8, a Câmara de Cassação, órgão do Poder Judiciário, confirmou que enxerga Menem como participante do esquema de contrabando montado durante seu período na presidência da República. O caso agora será remetido de volta ao Tribunal Penal Econômico, responsável pela acusação inicial, para que sejam fixadas as penas, que podem variar de quatro a 12 anos de reclusão. 

“Esta Casa não pode permanecer indiferente frente a uma condenação, de nenhuma maneira pretende arrogar-se propriedades da Justiça, mas sim tem poderes disciplinares que deve exercer quando claramente esta instituição está sendo violada”, diz o projeto apresentado pelo líder da bancada radical, José Cano.  Em paralelo, a Frente Ampla pede a cassação do mandato de Menem por “impossibilidade moral”, mecanismo previsto na Constituição e que exige os votos de dois terços dos parlamentares. 

Segundo a decisão judicial, Menem assinou conscientemente decretos fraudulentos. No caso do Equador, o documento dizia que as armas seriam enviadas ao Panamá, que na época vivia sob intervenção dos Estados Unidos e, portanto,

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