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Carnaval e religião juntos na avenida

Foto I Facebook

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Redação Correio Nagô

Homenageando Mukongo ri unda, rimoxi, ngô, o caçador de uma flecha só, o bloco afro Bankoma levou para o circuito Osmar (Campo Grande), na quinta-feira (12), a religiosidade do candomblé. Segundo macota Valdina, ela segue o bloco não somente pelo fato de ser afro, mas por preservar a cultura banto. “O Bankoma eleva a nossa cultura sem profanar, sem ‘folclorizar’ o culto. Eles não trazem uma música do nosso ritual, como fazem alguns, mas falam sobre a nossa história. O Bankoma é lindo. Eu adoro o Bankoma”, comenta.

Fundado em 2000, o Bankoma reúne mais de 450 terreiros de candomblé. A dançarina do bloco Géssica Catharina, 20 anos, diz que este ano é para ser visto como um Carnaval de homenagem também ao idealizador do bloco, Raimundo Neves, falecido em 2011, aos 49 anos de idade. “É muito importante fortalecer o candomblé, trazer a resistência e a valorização da nossa ancestralidade para a avenida”, pontua. A presidente do bloco, a Mameto Lúcia Neves, informa que o Bankoma traz a culinária, a música , o culto e o “sangue derramando” dos ancestrais. “Trazer nosso bloco para a rua é mostrar que temos cultura, somos seres humanos e temos o nosso direito de culto”, comenta.

Josafá Santos, que participa do bloco desde a fundação, comenta sobre a importância da continuidade do candomblé e declara que a história e os valores do Bankoma são passados de geração para geração. “Hoje, por exemplo, há músicos e cantores do Bankoma que são filhos, sobrinhos do fundador”, pontua. Josafá relaciona também o bloco à questão da necessidade de combate à intolerância religiosa. “Precisamos respeitar as religiões. Eu quero divulgar a minha”, resume.

Desfile – O Bankoma, que recebe apoio do Carnaval Ouro Negro, vai desfilar no Campo Grande, às 21h15, de sábado (14). Confira a programação.

Bloco afro Bankoma – O Bankoma nasceu no terreiro São Jorge Filho da Goméia, localizado no bairro de Portão, cidade de Lauro de Freitas. O bloco surgiu como uma forma de apresentar para a população o que era produzido dentro da casa religiosa. No terreiro, também, são desenvolvidas ações socioculturais e de inclusão social. No idioma banto, a palavra bankoma significa reunião de pessoas.

 

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