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CARNAVAL: Na noite do samba, blocos afro também marcam presença

Blocos Bankoma, da Capoeira e A Mulherada são destaques na primeira noite do Circuito Osmar

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A Mulherada abriu o desfile da quinta-feira saudando a líder quilombola de Palmares

 

E Salvador não tinha modo melhor para estrear o circuito mais antigo da cidade, senão com o desfile de blocos afro. A Mulherada, grupo formado por mulheres que lutam pelo fim da opressão de raça e gênero, ocupou o Circuito Osmar (Campo Grande/Avenida), ao som cadenciado dos tambores.

Outro bloco que também ganhou a avenida foi o Bloco da Capoeira, que este ano relembrou um importante marco histórico brasileiro: a Independência da Bahia. Sob o comando do compositor, mestre capoeirista e cantor Tonho Matéria, o circuito foi ocupado por alas das mais diversas, retratando o heroico Dois de Julho.

“Quando pensei esse tema veio a ideia de falar as diversas formas ligadas à questão da Independência. Eu quis falar do capoeirista – que vem do período colonial, do processo escravocrata, tudo que aconteceu e a capoeira sempre seguindo”, explicou ao Correio Nagô Tonho Matéria.

 

Cantor, compositor e Mestre de Capoeira Tonho Matéria

Cantor, compositor e Mestre de Capoeira Tonho Matéria

Para o professor de capoeira Zebu, a participação do Bloco da Capoeira no Carnaval de Salvador traz visibilidade para as pautas negras. “É uma ação muito representativa no Carnaval sair um bloco todo nosso. É não perder a oportunidade do que é nosso ser mostrado”, reiterou.

Quem também brilhou na avenida foi o afro Bankoma, apesar de todas as dificuldades. “Colocar o bloco na rua, como todos os anos, não é nada fácil, porém esse ano a gente se viu na questão da crise político-financeira que abalou todo o País. Não podia ser diferente como comunidades tradicionais que têm um histórico de luta e perdas, isso nos afetou de forma drástica”, salientou a coordenadora pedagógica da entidade Eliana Sousa.

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O Bankoma reúne a comunidade negra e afro-religiosa de Lauro de Freitas-BA

 

O mestrando em Cultura e Sociedade (UFBA) Carlos Átila saiu pela primeira vez no Bankoma. “Sempre tive vontade. Vim esse ano com minha Mãe, nesta quinta-feira de Carnaval porque eu já saí em muitos blocos afro: Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Muzenza… e agora eu quero descobrir novos blocos”, revelou.

Fundado no Terreiro Filhos da Goméia, em Portão (Lauro de Freitas), o Bankoma participa do Carnaval de Salvador desde 2000, destacando as heranças culturais e religiosas afro-brasileiras.

 

Texto e fotos: Donminique Azevedo, repórter do Portal Correio Nagô

Veja a programação dos blocos afro e indígenas para esta sexta-feira (24).

 

Circuito Osmar – Campo Grande/Avenida

14:24 Commanches do Pelô

16:36 Mameto Afro Bankoma

21:30 Olodum (Banda Olodum)

23:30 Cortejo Afro (Banda Afro Cortejo Afro)

00:15 Os Negões (Banda Os Negões e Convidados)

03:30 Arca de Olorum

 

Circuito Batatinha (Centro Histórico)

17:20 Relíquias Africanas

17:40 Bahia em cena

18:00 Amigos do Babá (Banda Percussiva Axé Babá com Josué do Babá)

18:20 Mutuê

19:00 Korin Nagô (Banda Korin Nagô)

20:00 Bloco Afro Corisco

20:20 Afro Liberdade

22:00 Jogo do Ifá

 

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