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Carta defende urgência na preservação do Parque Metropolitano do Abaeté

03/07/2018  | às 19h13

Defendendo a criação imediata e urgente de uma Câmara Técnica para revisão, socialização e fortalecimento do Plano de Manejo do Parque Metropolitano do Abaeté, em Salvador, o Fórum Permanente de Itapuã (FPI) divulgou uma Carta de Defesa do patrimônio ambiental e turístico. 

“O Fórum Permanente tentou identificar as prioridades a se trabalhar no bairro, o Parque do Abaeté se tornou uma das nossas prioridades. Então chamamos esse ato para denunciar o estado de abandono que está o Parque do Abaeté, o risco de desaparecimento da lagoa, que seca cada vez mais. Além do desmatamento, da invasão do território do parque por condomínios irregulares,” explica Pedro Abib, integrante do FPI.

FOTO: Ernani Gomes Neves Filho

O coletivo, formado no Fórum Social Mundial, realizou um Ato no início do mês passado que contou com a presença de moradores do bairro, representantes de organizações comunitárias, lavadeiras e pescadores locais. Além deles, toda a sociedade civil que se preocupa com o estado do patrimônio, jornalistas, ambientalistas, engenheiros ambientais, etc.  Representantes de órgãos públicos também marcaram presença, como o  Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia (Inema-BA) e de pessoas ligadas à Universidade Federal da Bahia (UFBA) e à Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

“Nós entendemos que a única forma de solucionar esses problemas e tentar recuperar o parque e a lagoa, é fazendo uma ação conjunta com os órgãos gestores. Por isso, a gente propôs uma câmara técnica, que será um espaço de debate para levantar as prioridades para a recuperação do parque,” finaliza Pedro Abib.

A carta foi protocolada em alguns órgão gestores e no Ministério Público do Estado da Bahia. Apesar de ainda não ter obtido retorno, o Fórum pretende continuar pressionando e dando visibilidade a causa. A principal solicitação do documento é a criação da Câmara Técnica com órgãos do governo e representantes da Sociedade Civil.

Leia a Carta do Abaeté na integra:

CARTA DO ABAETÉ

“O Fórum Permanente de Itapuã (FPI) coletivo social que se formou a partir das ações realizadas durante o Fórum Social Mundial (FSM) em março de 2018 no Território Itapuã,realizou na manhã do dia 09 de junho de 2018, no Centro de Atividades do Parque do Abaeté, o Ato em Defesa do Parque Metropolitano do Abaeté, que contou com a presença de antigas lavadeiras locais, pescadores, jornalistas, ambientalistas, biólogos, geógrafos, músicos, arquitetos, urbanistas, engenheiros ambientais, professores do ensino fundamental e superior, moradores do bairro de Itapuã e adjacências, representantes de organizações comunitárias, associações, instituições e órgãos públicos, dos quais: Associação dos Moradores de Itapuã (AMI); Conselho de Entidades de Itapuã (CEI); Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental),Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA); Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia (SETRE); UFBA; UNEB;Afoxé Korin Nagô; Sociedade Cultural, Recreativa e Carnavalesca Malê Debalê; As Ganhadeiras de Itapuã; Terreiro AséAbassá de Ogum; Terreiro YleAséYbaForomin; Itapuã Dominó Clube; Projeto Pedra que Ronca; Itapuã City; Gambá (Grupo Ambientalista da Bahia); Movimento Jaguaribe Vivo; Projeto Sariguê; Projeto Iara;Organização Mente Fértil (OMEFE); Associação de Engenharia Social, Terreiro Talá de Odé; IBAGEP; Grupo Raízes Dessa Terra; Solidária Maloca entre outras entidades.

Esse Ato teve a finalidade de discutir propostas para a defesa e preservação do Parque Metropolitano do Abaeté, histórico santuário ambiental de Itapuã e da cidade de Salvador, que há décadas tem sofrido a degradação e até mesmo ameaça de desaparecimento de suas lagoas, dunas, flora e fauna. Diante do exposto a presente CARTA apresenta a seguinte proposta para ser encaminhadaao INEMA e aos demais órgãos gestores do Parque do Abaeté e sociedade civil em geral, como base para a elaboração de um Plano de Ação Compartilhado com vistas à recuperação e conservação dessa importante área de preservação ambiental da cidade de Salvador:

Criação imediata e urgente de uma Câmara Técnica composta por órgãos do governo da área de interesse e por representações da Sociedade Civil com as seguintes ações prioritárias:

1.Revisão, socialização e fortalecimento do Plano de Manejo do Parque do Abaeté;

2.Estabelecimento de uma agenda socioambiental com ações emergenciais a serem realizadas na área do Parque e Unidade de Conservação da APA a partir das prioridades identificadas pela Câmara Técnica.

  1. Nenhuma intervenção na área da Unidade de Conservação da APA – Parque do Abaeté ocorrerá sem antes passar pela aprovação da Câmara Técnica.

Assim conclamamos a sociedade baiana a se juntar a nós nessa luta em defesa desse tesouro ecológico em pleno espaço urbano da cidade de Salvador que é o Parque Metropolitano do Abaeté, antes que seja tarde demais. A mobilização da sociedade civil é fundamental para garantir as políticas públicas necessárias à preservação de nossos direitos e nosso patrimônio !

Salvador, Junho de 2018”

 

Beatriz Almeida é repórter-estagiária do Portal Correio Nagô.

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo

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