Projeto reúne exposição, oficina e performances a partir do universo literário do escritor Nelson Maca
Lançado em julho, o primeiro romance do escritor Nelson Maca é tema da Ocupação Ani é 10, que aberta neste, e integra a programação especial da Casa do Benin na Festa Literária Internacional do Pelourinho – Flipelô. A ocupação reúne exposição com imagens e textos, mostra de videoclipes, performances poéticas e oficina com o ilustrador paulista Alexandre De Maio, que deu vida ao personagem no livro “Ani Todos os Fela do Mundo”. Pelas mãos de Alexandre, o garoto criado no Engenho Velho de Brotas, que se torna um astro da música internacional, ganha cores, formas e muita vida.
Com atividades até fevereiro, a Ocupação Ani é 10 tem como ponto de partida o romance, mas passeia por outros livros do autor, sempre explorando a relação entre a palavra e a imagem. A mostra principal, no primeiro andar, reúne trechos, orelha, posfácio, capa e 15 ilustrações de Ani, em painéis de 50 cm X 70 cm, mostrando sua iniciação nos caminhos da música sacra do candomblé e da música pop. Personagens como o mestre percussionista baiano Jorjão Bafafé, o dançarino Negrizu e os músicos Fela Kuti e James Brown fazem parte dos ensinamentos do garoto e estão em destaque na exposição.
A área externa do Casa do Benin recebe as mostras Go Afrika e Relatos da Guerra Preta ou Bahia Baixa Estação. A primeira será instalada na Tata Somba – moradia africana recriada pela arquiteta Lina Bo Bardi – e reproduz o libreto de poesia Go Afrika (Blackitude, 2019), com 20 impressões em tamanho 30cm x 40cm, unindo os textos e o trabalho de arte gráfica do designer Francisco Benevides, de Ilhéus. E a segunda, que ocupa o pátio, traz fotos e ilustrações do livro de contos Relatos da Guerra Preta ou Bahia Baixa Estação (Blackitude, 2020), ilustrado por Francisco Benevides a partir do recorte e estilização de fotografias de Leo Ornelas. As fotos referenciais também compõem o acervo.
Além disso, o quintal da Casa do Benin também receberá bate-papos e performances, reunindo manifestações da poesia, música, dança e teatro negro. Serão encontros semanais, às quartas-feiras, a partir de 1 de dezembro. Os convidados são escritores e artistas resistentes, que lançaram obras ou estão produzindo eventos durante a pandemia da Covid-19.