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Casal acusa concessionária da BMW de racismo

Redação Correio Nagô* – O casal Ronal Munk e Priscilla Celeste ficou indignado após terem ido à concessionária BMW Autokraft, no bairro da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com uma família formada por cinco filhos, o casal foi até o local, acompanhados do caçula de 7 anos que é negro e adotado.
 
De acordo com reportagem publicada pelo G1 Rio de Janeiro, no momento em que os pais conversavam sobre um automóvel novo para a família com um gerente a criança teria sido discriminada. Ao se aproximar dos três, o gerente teria dito: “‘Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja. Eles pedem dinheiro e incomodam os clientes'”, contou ao G1 a professora Priscilla, lembrando que o gerente não havia se dado conta de que o menino era filho do casal.
 
O BMW Group enviou uma nota ao G1 em que pede desculpas ao casal. “Imediatamente peguei meu filho pela mão e saí da loja. Somos clientes da concessionária há anos. Inclusive temos um vendedor que sempre nos atende. Esperamos dias por uma retratação, não tomamos nenhuma atitude imediata e não acionamos a polícia para preservar nosso filho”, acrescentou ao portal.
 
O pai da criança, que é consultor, contou que não foi a primeira vez que isso aconteceu com o filho. “Cheguei a perguntar o motivo daquela reação. Quando eu afirmei que aquela criança negra era o nosso filho, ele ficou completamente sem ação, gaguejou e pediu desculpas. Sem entender nada, nosso filho chegou a questionar por que não aceitavam crianças naquela loja já que havia uma televisão passando desenhos animados”, disse o consultor.
 
Ainda segundo a reportagem, na nota da assessoria de imprensa, encaminhada nesta quarta-feira (23) ao G1, o BMW Group informou que tomou conhecimento do fato em e-mail enviado por Ronald e Priscilla, em janeiro deste ano. Veja a íntegra da nota abaixo:
 
Nota da empresa
“O BMW Group gostaria de esclarecer que tomou conhecimento dos fatos relatados na matéria abaixo, através do e-mail enviado em 16/01/2013 pelos Senhores Ronald e Priscilla Munk e prontamente solicitou esclarecimentos à concessionária Autokraft através de uma notificação entregue na mesma data.

O BMW Group informa ainda que nenhum funcionário seu esteve presente na data do acontecimento narrado, não podendo dessa forma atestar a veracidade dos fatos relatados por parte dos clientes, tão pouco da concessionária.

Confirmamos que o BMW Group, apesar de não ter conhecimento dos fatos, em respeito aos seus clientes, enviou mensagem aos mesmos, desculpando-se pelo ocorrido e explicando a sua relação jurídica e comercial com a concessionária, a qual é regida pela lei nº 6729/79, que proíbe o BMW Group de adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária e desautoriza a empresa a intervir ou influenciar nas atividades diárias de seus concessionários.”

 
Os pais mandaram um email para a empresa. A reposta veio rapidamente através do gerente regional de vendas. No e-mail, a empresa diz lamentar o fato ocorrido, pede desculpas pela situação e enfatiza que o compromisso da BMW é prestar um atendimento com excelência.
 
O casal, que não disse se vai entrar na Justiça, agradeceu a resposta, sobretudo por reconhecer que o fato realmente ocorreu nas dependências da loja, mas não achou que somente isso era suficiente. Os pais exigiram então uma reposta sobre quais medidas seriam tomadas em relação ao funcionário e como a empresa agiria para que esse fato não acontecesse nunca mais.
 
Uma semana após o ocorrido dentro da loja, um novo e-mail com o assunto “desculpas” foi enviado ao casal, desta vez por um representante da Autokraft. Nele, a empresa se diz ciente do ocorrido e afirma que o gerente da loja “entendeu que o casal não estava acompanhado por qualquer pessoa, incluindo a criança. E já que ela estava absolutamente desacompanhada na loja, o funcionário teria alertado o garoto que ele não poderia ali permanecer e que tudo não passou de um mal-entendido”. O correio é finalizado com a seguinte mensagem: “Tenho imenso prazer em tê-lo sempre como cliente amigo”.
 

 

O termo “mal-entendido” provocou especial indignação em Priscilla e Ronald, que criaram, no último domingo (20), a página no Facebook “Preconceito racial não é mal-entendido”. A intenção, segundo eles, é reunir histórias de preconceito e alertar as pessoas para que não aceitem desculpas e explicações descabidas. A página tem mais de 30 mil seguidores. 

racismo stop

 

 

 

 

 

 
*Com informações do G1 Rio de Janeiro
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