A região Nordeste foi a que mais apresentou desenvolvimento na prestação dos serviços de água e saneamento na última década. Segundo dados do Censo Demográfico 2010 divulgados hoje (17) pelo IBGE, o abastecimento de água por rede geral passou de pouco menos de 60% em 2000 para 76,3% em 2010. Frente a 1991, quando o nível era de 52,8%, o avanço é de 23,5 pontos percentuais.
A região foi também a que apresentou maior avanço no que diz respeito à proporção de domicílios com esgotamento sanitário adequado. Em 1991, 24,2% dos domicílios nordestinos se encaixavam neste perfil, passando a 45,4% em 2010. Para o IBGE, porém, persistem grandes desigualdades regionais neste sentido, faltando “um longo caminho” para atingir “índices satisfatórios”.
No geral, quase 70% dos domicílios brasileiros têm acesso à rede de esgoto ou contam com fossa séptica. No Sudeste este índice se aproxima de 90%, contra 32,9% da região Norte, que, por sinal, recuou quase quatro pontos em uma década.
Os estados do Norte são os que apresentam indicadores mais preocupantes no geral. Apenas 16,3% dos domicílios naquela região apresentam condições adequadas de saneamento básico, contra 52,% na média nacional, 68,9% no Sul e 59,35% no Sudeste. Neste sentido, persiste a desigualdade por cor. 63% dos brancos vivem em domicílios considerados adequados, contra 45,9% dos pretos, de acordo com a nomenclatura do IBGE, e 41,2% dos pardos
O maior salto do Norte se deu na coleta de lixo, passando de 36,9% dos domicílios atendidos em 2000 para 74,4% uma década depois. No Nordeste, o índice pulou de 41,6% para 75%. No Sudeste, a prestação deste serviço chega a 95% dos domicílios recenseados.
O fornecimento de energia elétrica é o serviço público mais abrangente do país. A quase totalidade das casas no Sul (99,3%) e no Sudeste (99%) estão abastecidas, mas, novamente, o maior avanço foi registrado no Nordeste, que cresceu 25,2 pontos em uma década e chegou a 96,9% de cobertura. No Norte, o aumento foi de 22,3 pontos, atingindo 89,3% dos domicílios.
Um dos quesitos levados em conta pelo IBGE para medir o bem-estar, a densidade de moradores dentro de uma casa apresentou melhora expressiva. O instituto considera que o adequado é uma proporção de dois moradores por dormitório. Este padrão cresceu de 62,9% em 1991 para 81,9% em 2010. Mas, novamente, persistem diferenças regionais. No Sul, 90,1% dos domicílios se encaixam na definição oficial de moradia adequada, contra 66,2% no Norte.
Bens de consumo
O aumento do poder de compra do brasileiro se reflete nos dados apresentados pelo Censo 2010. Mais pessoas passaram a contar com automóvel, geladeira, máquina de lavar roupa e televisão. Pouco mais da metade dos brasileiros que vivem em domicílios considerados adequados contam com computador, e a maioria deles tem acesso à internet.
A explosão na venda de celulares se refletiu em um número menor de telefones fixos, presentes agora em 57,4% dos domicílios adequados, quase cinco pontos a menos que em 2000. Dos 57,3 milhões de lares recenseados, 47,6 milhões contam com ao menos um aparelho de telefonia móvel.
O IBGE chama a atenção para o crescimento no número de motos. Entre os que vivem em domicílios inadequados, houve uma queda de 20% no número de automóveis, o que pode ser explicado pelo acesso facilitado à compra de veículos de duas rodas. As motocicletas estão presentes em 22,5% dos lares nesta situação.
Fonte: Rede Brasil Atual