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Choque Cultural é arte contra o genocídio

Giovane Sobrevivente Foto Fafá Araújo

Apesar de ser uma pauta histórica nas reivindicações dos movimentos sociais, especial, o movimento negro, e do surgimento de preocupações governamentais como o tema, ainda são raras as iniciativas que lutam para a erradicação da violência contra a juventude negra. Ainda mais no setor privado. Algumas campanhas contam com o apoio de empresas, mas o processo ainda se encontra em estado embrionário. Giovane Sobrevivente, rapper, poeta e coordenador do Movimento Negro Unificado (MNU-BA) e do grupo de teatro Choque Cultural, analisa que a preocupação com investimento em segurança privada deveria ser concentrada em oportunizar aos jovens vitimados pelo sistema a mudarem a sua realidade. “É necessário que haja uma ação conjunta da sociedade, que combata o racismo em todas as suas esferas. Para isso, o apoio e patrocínio de grandes empresas tornam-se indispensável.”, ressalta o militante. 

Giovane Sobrevivente é um dos responsáveis pelo Choque Cultural, um grupo de teatro que surgiu em 1994, no bairro de San Martins em Salvador, e tem como objetivo discutir a cidadania através da arte. O coletivo leva teatro e poesia para as comunidades da periferia da cidade, além de integrar as diversas manifestações e debates com os poderes públicos, revelando uma arte engajada e denunciadora dos dramas sociais. São versos que levam à conscientização e ao questionamento de estereótipos, como na poesia “A  Revolta de Tia Anastácia”, do próprio Giovane:

 

Tia Anastácia estar revoltada

Tia Anastácia estar revoltada

 

Hoje eu tive com tia Anastácia

Ela me disse que estar muito revoltada

Porque o Sitio do Pica-Pau amarelo estar tirando ela como otária

ela faz os bolinhos e Dona Benta recebe a medalha

 

Tia Anastácia estar revoltada

Tia Anastácia estar revoltada

 

Farinha de trigo tem que ser tia Anastácia

Atualmente, Giovane tem se dedicado a produções audiovisuais, utilizando as ferramentas de comunicação e das redes sociais. Por meio da produtora Coisa Forte, tem marcado presença em ações culturais e políticas da cidade, especialmente, em temas relacionados à juventude negra.  Os vídeos podem ser acessados no You Tube e são compartilhados e comentados na rede Facebook.  São as diversas armas possíveis contra o

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