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Colorama, uma empresa racista? – Correio Nagô

 

Fico refletindo sobre esse comercial produzido por essa empresa publicitária. Vivemos em um país onde por décadas o Movimento Negro, vem tentando introduzir uma imagem negra/preta e fora de esteriótipos racistas na publicidade brasileira. Ora invisibilizados ora ridicularizados, sabemos que pelo último censo boa parte da população brasileira se declara não branca, mas geralmente essa população negra e mestiça sempre é sub representada.

 
Todos sabemos que a maior parte da população do continente africano é negra, embora alguns utilizem o termo preto, essa população vem em diferentes tonalidades, um exemplo são os sudaneses comparados aos somalis, temos população não brancas até na Asia, a diversidade existe dentro do continente africano, a própria África do norte, chamada por muitos de África branca, possui população negra e mestiça, resumindo a maioria do continente africano é negro, se formos juntar todo o continente, da África. Podem argumentar que existem brancos lá, mas a maioria da população do continente é negra. Sempre que no Brasil pensamos no continente pensaremos em povos pretos.

 

 
Sabendo do histórico de invisiblização negra no Brasil, a Colorama ao produzir o comercial  sobre a África poderia ter explorado a imagem de uma modelo negra – pois vi referências da África tradicional na roupa da modelo, mas fizeram um comercial pra lançar uma linha África, onde não tinha nenhuma negra. Não vi nenhuma mulher com tais atributos e sim um casal branco e em outra cena ela e as amigas também brancas. Um comercial que utiliza o continente africano como inspiração e não é capaz de convidar uma negra pra participar, sabendo das dificuldades das modelos negras no mundo da moda brasileira. Modelos negras sofrem invisibilidade no mercado da moda brasileira e quando fazem um comercial África esquecem delas. Tops negras não possuem o direito de representarem o continente africano?

 

As agências brasileiras e residentes no Brasil devem lutar pra que a diversidade, tão propagada no Brasil, seja fielmente representada, não adianta nada falarmos de democracia racial, se as populações socialmente vistas como não brancas, estão sub representada. Nos Estados Unidos, país da segregação, vemos negros em publicidades,

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