A intervenção artística “Como Era Gostoso Meu Antropófago” vai movimentar as regiões centrais das cidades de Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife, de 6 a 21 de abril. O trabalho é do grupo artístico Indigestão, que atua nas fronteiras entre o audiovisual e a culinária. A ação faz parte do projeto Cozinha Experimental de Indigestões Artísticas, contemplado no edital do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – 9ª Edição.
Na ação, o grupo irá chegar num veículo do tipo perua a locais emblemáticos das cidades. Lá, montará barracas, onde vai realizar várias performances simultâneas, durante uma hora. Elas vão misturar performance, intervenção urbana, instalação, e culinária. Nas atuações, pessoas que passam na rua poderão se deparar com situações estranhas, tais como: alguém prepara um cachorro-quente e desmonta uma boneca, de marca bastante conhecida, coloca no sanduíche as partes do brinquedo e começa a comê-lo; ou alguém pede a doação de uma calcinha às passantes, na qual coa café, na hora, e o bebe. Ao mesmo tempo, experimentações sonoras e projeções invadem a rua, num diálogo inusitado com a comida.
Formado por artistas visuais, atores e músicos, durante uma oficina, oferecida na Funarte MG, em Belo Horizonte, o grupo Indigestão busca, na ideia de absurdo, meios para criar situações insólitas. Segundo o coletivo, “foi a partir do conceito de antropoemia (vômito), que foi concebido este projeto, como uma metalinguagem sobre as práticas consagradas da da arte. “Deglutimos nós mesmos e depois isso volta, de alguma forma, para aqueles que nos alimentam. Assim funciona a Cultura”. Para os criadores, este é um modo de ver a própria constituição da arte como forma de colaboração. “Nela, os indivíduos devem estar sempre se retroalimentando, para que a roda não pare”. No contexto, esta “retroalimentação” pode ser interpretada tanto no sentido literal quanto nos simbólicos.
Em “Como Era Gostoso Meu Antropófago” e demais ações do Cozinha Experimental de Indigestões Artísticas, algumas ações geram elementos comestíveis; outras enganam o espectador ao parecerem deliciosas, mas somente para os olhos. Todas encontram ingredientes inusitados, que chamarão a atenção dos passantes mais desavisados.
Nas manifestações,