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Contra a intolerância religiosa, ato público será realizado em Salvador

Na ocasião, Busto de Mãe Gilda, que foi alvo de vandalismo, será restaurado. Ato reunirá religiosos do Candomblé, autoridades e militantes contra o ódio religioso.

Este ano, na Bahia, foram registrados 117 casos de racismo e 52 de intolerância religiosa. Os dados são do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela. É importante destacar que a maioria dos casos ainda não é denunciada.

Com intuito visibilizar e combater estas práticas criminosas será realizado ato público contra a intolerância religiosa, na próxima segunda-feira (28), às 8h, no busto de Mãe Gilda, que foi alvo de vandalismo no mês de maio após dois anos de instalação no Parque Metropolitano do Abaeté, em Salvador.

Participam da atividade lideranças do movimento negro e de mulheres, blocos afro, afoxés, povos de terreiro e demais representantes da sociedade civil e do poder público. A iniciativa é do terreiro Abassá de Ogum e do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) com o apoio da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi) e do Comitê Interreligioso da Bahia (Cirb).

Debate sobre eminente decisão do STF quanto à proibição do sacrifício de animais

Para reforçar a mobilização em prol do respeito ao Candomblé, o Ilê Axé Abassá de Ogum (Itapoan), o Terreiro de Lembá (Camaçari) e o Terreiro Tanuri Junsara (Engenho Velho da Federação) se unirão neste sábado (26), às 14h,no Museu de Artes da Bahia (MAB- Corredor da Vitória), convocando religiosos e militantes para debater estratégias diante da polêmica em torno da eminente decisão do STF quanto à proibição do sacrifício de animais nos rituais religiosos. O evento é aberto ao público.

Mãe Gilda, símbolo de resistência

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Busto de Mãe Gilda

 

Iniciada no Candomblé em 1976, Tobojinan (Gildásia dos Santos), também conhecida como Mãe Gilda, inaugurou o Ilê Axé Abassá de Ogum, em Itapoan, no ano de 1988. Doze anos depois, em 21 de janeiro de 2000, ela faleceu. Um dia depois de iniciar uma ação contra a igreja Universal do Reino de Deus, após esta utilizar sua imagem associada ao charlatanismo. Nestes 16 anos, Mãe Gilda vem sendo homenageada a cada ano, com a instituição desta data como o Dia de Combate à Intolerância Religiosa.

Mãe Gilda se tornou símbolo de resistência pela afirmação das religiões de matriz africana. O caso da liderança é um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país. Após ter sua imagem maculada e o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador) invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de saúde e veio a falecer em 21 de janeiro de 2000.

O ato repercutiu amplamente, resultando em projetos de lei na esfera municipal e, em seguida, sendo reconhecido na esfera federal pelo então presidente Lula que, em 2007, sancionou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, fazendo da data um marco para fomentar o debate acerca do respeito às diferentes crenças e à liberdade de culto.

*Foto imagem destacada: Joana Brandão Tavares

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