Redação Correio Nagô* – Nenhum parâmetro étnico foi usado na escolha da delegação de escritores brasileiros para a Feira do Livro de Frankfurt. Esta foi a afirmação da ministra da Cultura, Marta Suplicy, em entrevista na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, segundo informações da Folha de São Paulo.
A ministra comentou a polêmica levantada na imprensa alemã de que teria ocorrido racismo na seleção dos integrantes da comitiva oficial brasileira para o evento, que neste ano tem o Brasil como país convidado.
Dos 70 autores que compõem a delegação brasileira há apenas um negro: Paulo Lins. A imprensa alemã também destacou o fato de só haver, entre os 70, um descendente de indígena, Daniel Munduruku.
“O critério não foi étnico, o critério foi outro e eu achei correto. O primeiro era a qualidade estética, depois autores que tivessem livros traduzidos para o alemão e língua estrangeira. A Feira de Frankfurt é uma feira comercial e nós temos que dar prioridade a quem já está lá e vai poder se colocar também pela diversidade”, disse Marta Suplicy.
A ministra afirmou ainda que o país vive um momento de transformação, o que vai permitir que, nas próximas gerações, haja um número maior de negros em eventos como esses. “Hoje infelizmente não temos. Devemos entender que toda lista tem sempre um recorte que provoca discussão”, afirmou.
Em sua página no Facebook, Paulo Lins ironizou a situação. Ao postar o link desta reportagem da Folha, comentou: “Aposto que se der algum problema o culpado vai ser eu”.
Em tom irônico, a ministra disse que sobraram vagas de hospedagem. “Quem quiser ir, ainda tem lugar.”
*Com informações da Folha