07/05/2018 | às 22h00
Com porções generosas de alegria, uma boa roda de samba e uma convidativa panela de feijoada, o Projeto Culinária Musical atraiu baianos e turistas à Casa de Castro Alves, neste domingo (06).
“O projeto surgiu da minha inquietação, da minha vontade de ter um espaço para bater um papo, com comida boa, para se encontrar, tomar uma cerveja gelada, com muita música e que a gente pudesse misturar culturas”, disse, sorridente, o afrochef Jorge Whashington, idealizador do Culinária Musical.
Nesta edição, o anfitrião recebeu o grupo Samba do Leite com a participação da cantora Juliana Ribeiro que animaram o público com canções do mais autêntico samba.
Ao cantar “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara, Juliana Ribeiro emocionou o público. Em entrevista exclusiva para o Correio Nagô, a sambista revelou que está investindo em novas composições e que, inclusive, contarão com uma novidade: a inserção do Ukulelê, instrumento havaiano. Além disso, Juliana está tocando o projeto ‘Preta Brasileira nas Escolas’, no qual discute gênero e raça, a partir da exibição do clipe “Preta brasileira”.
“Ao invés de lançar o clipe ‘Preta Brasileira’ de uma vez só, faço isso de forma gradual em várias partes do Brasil. Este movimento coloca o clipe em um outro lugar, que é o da representatividade. A arte também essa função. A minha alma tá no palco, mas é muito poderoso poder dialogar com as pessoas a partir do lugar de fala meu e do outro”, explica Juliana Ribeiro.
MÃES E FILHOS
O evento contou ainda com o lançamento da coleção Mãe e Filhos 2018 da Negrif. “Com muitas estampas e identitária, a nova coleção surgiu justamente para que mães e filhos pudessem se identificar. A ideia é trazer essa representatividade, fugindo do mundo Walt Disney. Pensamos também na inclusão”, disse Mada Negrif, estilista e responsável pela marca.
SARAU DA CALU
Sob o comando da atriz e escritora Cássia Vale, com participação de jovens atores, o Culinária Musical recebeu o pocket do Sarau da Calu, baseado no livro das historiadoras Cássia Vale e Luciana Palmeira. Teve tarde de autógrafos.
“Essa menina veio cheia de histórias. O sarauzinho de Calu reúne poemas e músicas feitas pelos leitores do livro para a personagem Calu. Tem Cell Dantas do Bando Teatro Olodum e Maurício Lourenço, músico do Bando. Calu já está com 15 músicas”, relatou Cássia Vale.
O livro está entre os melhores de 2017, eleitos pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).
Na narrativa, Calu procura uma forma de transformar o bairro em que mora em um museu a céu aberto. O livro ressalta importância de trabalhar o sentimento de pertencimento da população para o patrimônio material e imaterial. A publicação custa R$ 35 (no site da editora Malê)
Donminique Azevedo é repórter do Correio Nagô.