Estado laico? Não para a maioria dos deputados da Bahia
Mesmos com fortes protestos de organizações do movimento negro, de mulheres e LGBT´s, o Plano Estadual de Educação, que traz as diretrizes do conteúdo a ser ensinado nas escolas pelos próximos 10 anos, foi aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia, nesta quarta-feira, 03/05, com alteração no texto original. O projeto, encaminhado pelo governador Rui Costa, foi redigido originalmente no Fórum Estadual de Educação por movimentos sociais e educativos, e recebeu posicionamento favorável de instituições educacionais e das universidades baianas, pela “defesa e promoção da diversidade em todas as manifestações da vida humana”.
No texto aprovado ontem houve a exclusão dos termos “gênero” e “sexualidade”. Isso significa que as escolas não poderão incluir a discussão sobre essas duas temáticas na sala de aula. Temáticas essas que têm estampado as páginas policiais pela constante e crescente violência contra mulheres e LGBT´s, incluindo assassinatos.
Apenas 11 deputados votaram contrários às mudanças: Fabíola Mansur, Marcelino Galo, Fabricio Falcão, Gika, Marcell Moraes, Fátima Nunes, Bobô, Luíza Maia, Maril Del Carmen, Neuza Cadore e Zó.
Fotos de Paulo M. Azevedo / Bocão News mostram protesto de grupos opostos na ALBA
O deputado Pastor Sargento Isidório (PDT), que propôs emenda ao Plano, sugerindo o ensino do criacionismo nas escolas e a proibição do debate sobre gênero e diversidade sexual, comemorou a aprovação, juntamente com integrantes da sua instituição Doutor Jesus, e gritos de “A nossa fé venceu”.
Como mostra o vídeo, o deputado não tem nenhum constrangimento em justificar a decisão: questão de fé.
Como mostra o vídeo, o deputado não tem nenhum constrangimento em justificar a decisão: questão de fé.
