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Dez fatos sobre a escravidão que voce vai continuar a ignorar assistindo a produções como “Lado a lado”

Dez fatos sobre a escravidão que voce vai continuar a ignorar assistindo a produções como “Lado a lado”Segundo o Professor Flávio Rabelo Versiani, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, no seu artigo “Escravidão no Brasil: uma análise econômica ”, a realidade factual depõe contra uma concepção comumente encontrável na literatura sobre o tema. Ou seja, enquanto a literatura clássica acadêmica da Economia generaliza o trabalho escravo e o classifica como “intrinsecamente menos produtivo” que o trabalho remunerado, a suposição oposta parece ser mais adequada, pelo menos no que concerne aos tipos de atividades produtivas nas quais a mão de obra é mais solicitada pela sua força física, em lugar de sua habilidade ou cuidado na execução.

Nas atividades intensivas em esforço, que podem frequentemente ser realizadas em equipe, em geral é possível, induzir (ou forçar) os trabalhadores a terem um desempenho adequado (do ponto de vista de seus patrões ou senhores) com o uso de métodos que envolvam coação.

O castigo, ou a ameaça de castigo, é, em principio, suficiente para garantir que o trabalho seja bem executado. Daí, sem muito esforço, lembramos de exemplos que corroboram essa hipótese, dentre os quais o plantio e beneficiamento do algodão produzido pelas Colônias dos Estados Unidos da América e a agricultura da cana-de-açúcar e seu beneficiamento nos engenhos do Novo Mundo (incluindo o Brasil). Basicamente, a escravidão esteve sempre muito ligada a Grande Lavoura. Por exemplo, nas fazendas produtoras de café todos os processos eram realizados por escravos africanos, que derrubavam a mata, limpavam o solo, plantavam e limpavam os cafezais, bem como colhiam, tratavam e ensacavam os grãos (Cação & Rezende, 2011).

Novelas como “Lado a lado”, com todo o respeito que todo o elenco equipe de produção e eminentes atores/ativistas negros ali presente, merecem, “lado-a-lado” com os igualmente eminentes atores corriqueiros da ‘construção e formatação’ do estereótipo eurocêntrico das telas globais, já no título, lado-a-lado demonstra a lamentável perda da oportunidade de mergulhar com um pouco mais de coragem na história dos fatos, vez que brancos e negros nunca estiveram “lado a lado” conforme sugere o clima romanesco da referida novela, em tempo nenhum da história desse país.  Exemplo da referida perda de foco se confirma

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