Home » Blog » 8M: O Dia sem mulher

8M: O Dia sem mulher

Prevendo um histórico Dia Internacional da Mulher, mulheres feministas de 48 países, incluindo o Brasil, prometem para esta quarta (08) uma greve internacional feminina.

Angela Davis é uma das lideranças da convocatória mundial. Em texto assinado pela ativista e por outras militantes, mulheres do mundo inteiro foram chamadas  para fazer greves, atos, marchas e protestos.

4F13851BF4753729CFE38EB51F0834D51CF49A4F5692D87BFB0F12F6E304A29CEntre os motivos da paralisação estão o feminicídio, a exploração no trabalho/econômica e a desumanização e desierarquização das mulheres.

Denúncias de violência doméstica e familiar contra a mulher crescem 133% (Dados do Ligue 180)

“Nós mulheres negras vamos parar contra o racismo, a intolerância religiosa, pela vida dos nossos filhos, pela vida da nossa comunidade, contra a violência. Vamos parar para pensar, refletir e se fortalecer”, conta, em entrevista ao Correio Nagô, a coordenadora do Odara Instituto da Mulher Negra, Valdecir Nascimento.

Dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. (Mapa da Violência 2015)

“É um momento estratégico para dizermos por que precisamos construir uma outra sociedade sem hierarquia de papéis e sem subalternidade”, acrescenta Valdecir, que também integra a Articulação Nacional de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB).

A ideia é mobilizar mulheres, incluindo mulheres trans, e todos os que as apoiam num ia internacional de luta – um dia de greves, marchas e bloqueios de estradas, pontes e praças; abstenção do trabalho doméstico, de cuidados e sexual; boicote e denuncia de políticos e empresas misóginas, greves em instituições educacionais. Essas ações visam visibilizar as necessidades e aspirações que o feminismo do “faça acontecer” ignorou: as mulheres no mercado de trabalho formal, as que trabalham na esfera da reprodução social e dos cuidados e as desempregadas e precárias”, diz trecho do chamado para greve geral no Dia Internacional das Mulheres, traduzido por Daniela Mussi, do blog Junho.

Já confirmaram adesão grupos feministas da Austrália, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, República Checa, Equador, Inglaterra, França, Alemanha, Guatemala, Honduras, Islândia, Irlanda do Norte, Irlanda, Israel, Itália, México, Nicarágua, Peru, Polônia, Rússia, El Salvador, Escócia, Coreia do Sul, Suécia, Togo, Turquia, Uruguai e EUA.

DAS REDES PARA AS RUAS

As plataformas digitais têm sido amplamente utilizadas para a mobilização da rede de mulheres. Evento criado no Facebook convoca mulheres soteropolitanas à luta.

“De todos os cantos. Do campo à cidade. Do centro à periferia. Em malocas e favelas. Vamos parar! Vamos parar continentes! Da América Latina, clamamos: nenhuma a menos! Não podemos nos calar diante de inúmeros retrocessos com relação a direitos sociais historicamente conquistados. Mexeu com uma, mexeu com todas! A luta de uma mulher é a luta de todas as mulheres. Sozinhas somos guerreiras, mas juntas podemos combater a estrutura política do machismo. Precisamos avançar na luta!”, diz descrição do evento.

17098264_10211985415971711_4053115414094231928_n

A Marcha Internacional das Mulheres tem concentração prevista a partir das 13h, na Praça da Piedade. A caminhada sairá às 15h em direção à Previdência Social no Comércio.

A escolha do destino final não é aleatória. Aqui no Brasil, a proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/2016), mais conhecida como a “Reforma” da previdência, é uma das principais pautas das reivindicações, principalmente no que diz respeito às mulheres negras.

Eu paro! Contra o Racismo e Pelo Bem Viver

Inspirada na Marcha das Mulheres Negras, a campanha “08 de Março, Eu paro! Contra o Racismo e Pelo Bem Viver” também está nas redes sociais com a possibilidade de mudar o avatar.

Acesse!

E os homens, como ficam?

Aqueles que se identificam socialmente como homens podem e devem fortalecer o movimento. Podem ir às ruas, engajar-se nas campanhas on-line ou, simplesmente, ouvir o que as mulheres têm a dizer.

#FicaADica

#FicaADica

82 organizações baianas aderiram ao movimento, e você vai ficar de fora dessa?

Donminique Azevedo é repórter do Portal Correio Nagô.

scroll to top