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Diplomata africana critica falta de negros em altos cargos da administração pública e de empresas brasileiras

Rio de Janeiro – A ausência de negros nos cargos mais altos da administração pública e de empresas brasileiras chamou a atenção de diplomatas africanos francófonos que, desde a  semana passada, fazem um curso no Brasil. A observação foi feita hoje (4) pela diplomata do Senegal, Fatou Gaye Diagne, que participa do evento, do Ministério das Relações Exteriores.

Após apresentação das políticas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), durante o curso, no Rio, a diplomata senegalesa, que está pela primeira vez no Brasil, externou sua percepção ao órgão.  “Não entendo que há anos da escravidão, tanto em instituições públicas quanto em privadas, não há sequer um brasileiro com origens africanas em altos cargos”, disse Fatou Gaye.

Desde a segunda-feira (24), Fatou está no Brasil. Ao lado de diplomatas de mais 12 países africanos falantes do francês, ela se encontrou com diretores e secretários de órgãos do governo federal como Ministério do Planejamento e das Relações Exteriores,  esteve na Vale e na Petrobras, além de conhecer a sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Diplomata africana critica falta de negros em altos cargos da administração pública e de empresas brasileiras

Alunos da Turma 2009-2011 do Instituto Rio Branco posam para foto ao lado da presidenta Dilma Rousseff e do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

“O Brasil e a África têm muitas conexões. Posso entender as origens do problema [da falta de afrodescendentes], mas isso significa que, por décadas, o Brasil não tratou da questão”, disse a diplomata. Segundo ela, no Senegal,  apesar da influência  europeia no país, cuja maioria da população é negra, o quadro é o oposto ao brasileiro.

Ao responder às observações da diplomata africana, a secretária nacional de Assistência Social do MDS, Denise Colin, reconheceu o problema, que atribuiu à escravidão e falou sobre as políticas de ações afirmativa nos últimos dez anos, inclusive para ingresso na carreira de diplomata e nas universidades, cujas diretrizes passam pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

“Eles perceberam a ausência de afrodescendentes na administração pública e nos espaços que  visitaram”, disse Colin. “Na verdade, eles viram os resultados de nossa histórica sociedade escravocrata e que ainda repercutem

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