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Doc sobre ensinamentos no Candomblé tem primeira exibição na Bahia neste sábado (08)

Tradição, amor e religiosidade são temas que costuram as narrativas presentes no documentário “Do que aprendi com minhas mais velhas”. Nenguas, Yalorixás e Egbomis contam como aprenderam com seus mais velhos e como ensinam aos seus mais novos.

O média-metragem será exibido pela primeira vez na Bahia na Mostra Lugar de Mulher é no Cinema, nesta sexta-feira (08), às 20h, em Salvador, na Sala Walter Silveira, anexo da Biblioteca dos Barris.

DO QUE APRENDI COM MINHAS MAIS VELHAS - FOTO DE THIAGO GOMES (1)

FOTO: Thiago Gomes

 O filme fala sobre como a fé no Candomblé é transmitida de geração em geração. Em entrevista ao Portal Correio Nagô, uma das diretoras, Susan Kalik, conta sobre os aprendizados com o documentário.

“Aprendi muito sobre a fé, sobre como a fé nasce no convívio, no ensinamento oral, nas canções, nos orikis, nos itans, e de como se aprende através do afeto, do exemplo, e também sobre a responsabilidade de quem ensina, de quem chegou primeiro e por isso conhece mais do trajeto, do caminho. Eu sou muito apaixonada pela direção de filmes documentais pela possibilidade dos encontros, e neste filme o encontro com as entrevistadas foi muito marcante, muito revelador”, revela.

Susan divide a direção com Fernanda Júlia Onisajé, que dirige seu primeiro documentário e, atualmente, é diretora teatral e dramaturga do Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas – NATA.

SUSAN, VANDA MACHADO e FERNANDA - Foto de Thiago Gomes

Susan Kalik, Vanda Machado e Fernanda Júlia. FOTO: Thiago Gomes

Produzido através do edital Curta afirmativo 2014: Protagonismo de cineastas afro-brasileiros na produção audiovisual, do Ministério da Cultura, o documentário já foi exibido na 3ª MOSTRA DE CINEMA FEMINISTA (2017), em Belo Horizonte (MG). Ainda em 2017, será exibido na 11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, que ocorrerá nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Susan Kalik adianta sobre as perspectivas de circulação com o documentário. “A distribuição de filmes de curta/média-metragem é bem difícil, como sabemos. A rota inicial é pelos festivais e mostras de cinema, o filme está inscrito em diversos deles, neste momento. Em termos de comercialização, vamos ofertar o filme para as programadoras de tv fechada e VOD”, revela.

A produção está buscando parceria com uma sala de exibição em Salvador, em junho, que contará com um bate-papo sobre a Ancestralidade Feminina no Candomblé, com a presença de algumas das entrevistadas.

Mostra

A Mostra LUGAR DE MULHER É NO CINEMA é realizada pelas produtoras Segredo Filmes, Olho de Vidro Produções e Moara Rocha Produções e apresenta em sua primeira edição curtas de ficção, documentário, animação, experimental e híbrido, de até 20 minutos de duração, dirigidos por mulheres e/ou com mulheres como protagonistas.

Nesta primeira edição, que ocorrerá na Sala Walter da Silveira de 08 até 11 de abril, a homenageada é Mônica Simões, cineasta e artista multimídia baiana. Para conferir toda a programação acesse o site.

Donminique Azevedo é repórter do Portal Correio Nagô.

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