Home » Blog » Cultura » Documentário exibe como o empreendedorismo mudou a vida de jovens negros

Documentário exibe como o empreendedorismo mudou a vida de jovens negros

Redação Correio Nagô*acordotrabalho

A Cor do Trabalho, documentário dirigido pelo cineasta Antônio Olavo, que evidencia a história de homens e mulheres negras que superaram as dificuldades através da atividade empreendedora, será lançado na sexta-feira (12), às 19h, no auditório da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, no bairro do cabula.

 

No total, foram coletados 32 depoimentos de empreendedores do campo da arte, da saúde, educação, dentre outros. Antônio Olavo conta que o filme mostra a situação de negros e negros que ascenderam na sociedade a partir do trabalho. “É preciso que esta nova geração veja e se espelhe nestes profissionais e perceba que é possível, através do estudo, ser referência na área escolhida”, diz. Ele pontua que o vídeo vem da necessidade de se registrar a memória deste grupo, “porque a do branco já está nos nomes de colégios, bibliotecas e nos livros”. Antônio Olavo afirma que, no geral, as pessoas que aparecem no documentário são filhos de empregada doméstica, costureira, analfabetos. Mas, ele acredita que, em 20 anos, o cenário será bem diferente. Os jovens, no futuro, vão falar assim sobre as suas mães negras e pais negros: “Meu pai é médico, minha mãe é empresária, meu pai é reitor”, opina.

Segundo Paula Azeviche, uma das sócias do spa de beleza Magia Azeviche e uma das personagens do documentário, o vídeo é importante porque mostra o grupo de empreendedores negros como agentes da transformação, trabalhadores e não como “coitadíssimos”. Ela lembra que, no Brasil, não há grandes empresários negros e nem grandes políticas de incentivo ao empreendedorismo para este grupo da sociedade. “Somente o professor Hélio Santos teve a coragem, no Brasil, de criar um fundo de apoio para projetos de empreendedores e empresários negros. Então, o documentário traz uma visibilidade para nós e colabora para a continuidade dos nossos projetos”, completa.

O empreendedor Felipe Vitório, 23 anos, que vai assistir ao documentário, observa o empreendedorismo como um importante elemento de mudança e alcance de posições privilegiadas. Mas, o jovem diz que é preciso criar uma cultura empreendedora na população negra brasileira.

O vídeo não tem cunho comercial. Suas exibições serão sempre de acesso livre. A intenção é distribuir o filme para bibliotecas e para todas as escolas do ensino médio e fundamental da rede pública.

* Taciana Gacelin

 

 

 

 

 

 

scroll to top