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Dois dedos de prosa com o diretor Thiago Romero

Todas as terças do mês de janeiro, sempre às 19h, o Teatro da Queda apresenta o espetáculo Anoitecidas.

A peça integra o Amostrão Vila Verão 2017 do Teatro Vila Velha, no qual, estão reunidos inúmeros espetáculos que serão apresentados no período de janeiro e fevereiro.

Anoitecidas além de ser uma opção para lazer, é um convite a uma discussão e reflexão acerca de temas como o racismo, homofobia, ancestralidade e intolerância religiosa. Três personagens recriam a África, o Brasil, o homem, a mulher, o mito, o amor, o batuque do candomblé e “desadormecem” histórias.

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Anoitecidas. Foto: Andrea Magnoni

 

No elenco, estão Anderson Danttas, Diogo Teixeira e Sulivã Bispo. Na direção do espetáculo está Thiago Romero, um profissional que já carrega diversas experiências.

E para saber um pouco mais do diretor e da sua obra, o Correio Nagô entrevistou o ator e diretor Thiago Romero.

Correio Nagô – Sobre você e o seu trabalho, além de anoitecidas, quais outros espetáculos produziu e como foi a repercussão?

Thiago Romero – Minha Carreira começou no Rio de Janeiro, foi lá que criei o Teatro da Queda há 13 anos. Nesse tempo venho desenvolvendo uma pesquisa no grupo, montamos aproximadamente 15 espetáculos e há seis anos venho pesquisando questões de gênero nos espetáculos. Anoitecidas é fruto dessa pesquisa e resultado dos espetáculos anteriores. 2016 foi um ano bem produtivo para o grupo, nos arriscamos em projetos que potencializaram nosso discurso. Acredito que a ocupação do Beco dos Artistas foi um divisor de águas no nosso conceito estético e político. Lá montamos Rebola. Um espetáculo potente em que podemos verticalizar nossa pesquisa. Destaco também espetáculos como: Revelo; Cru; Breve; Abismo. Paralelo a isso, faço parte do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas (NATA) no qual, desenvolvo um trabalho de Diretor de Arte e ator.

Anoitecidas é um espetáculo que aborda diversas questões importantes como o racismo, homofobia e intolerância religiosa, o que essas pautas significam pra você e como foi montar um espetáculo que abordasse todas essas difíceis temáticas?

Tínhamos acabado de finalizar o projeto Beco Ocupado e de lá saímos com muitas ideias para novos projetos, o Rebola estava em cartaz e então ficamos pensando como seria um novo recorte. Eu queria falar sobre as relações afrocentradas, sobre o que é ser homossexual, negro, de periferia, de candomblé e todas as implicações que poderiam vir a cerca desse recorte. Convidei dramaturgos negros para que escrevessem uma cena relacionada a esse tema. E aí acho que esse caminho potencializou as discussões. Anoitecidas é o espetáculo político e poético que não tem medo de falar sobre isso, sabíamos que tínhamos temas muito difíceis, mas de extrema necessidade para serem debatidos.

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O espetáculo tem pretensão de viajar o Brasil? Quais são as expectativas para o futuro da peça?

Sempre que monto um espetáculo quero que ele alcance o máximo possível. Temos pretensão de levar a peça para outros lugares. É sempre importante que o trabalho encontre outras geografias, outros espectadores isso potencializa a obra. Ainda não temos nada muito certo sobre o futuro da peça, mas estamos trabalhando para que ela continue sua trajetória.

Por que, em sua opinião, as pessoas devem ir ao Teatro Vila Velha assistir Anoitecidas? Mande um convite.

Bom, acredito na força do discurso que Anoitecidas tem, é um espetáculo poético que aborda temas de extrema importância para uma reflexão. Então fica o nosso convite para que todos possam compartilhar esse momento conosco.

Joyce Melo é repórter do Portal Correio Nagô

 

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