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É verdade que no Ilê Aiyê só sai negro?

08/02/2018 | às 21h53

O Portal Correio Nagô conversou com Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, para saber se é realmente verdade aque no Ilê Aiyê só sai negro e, segundo ele, a proposta sempre foi essa. “Enquanto eu não me sentir contemplado, com liberdade, igualdade e respeito, pra quê? Só porque o branco vai chegar aqui e pagar?”, questiona.

Atualmente, o bloco afro possui cerca de 3 mil associados, segundo o site oficial. Além dos associados, os participantes e percussionistas são também todos negros. Com 43 anos de história, até hoje há uma grande quantidade de pessoas famosas que acompanham a saída do Ilê, inclusive pessoas brancas, entretanto, essas só podem acompanhar de fora das cordas e sem vestir a mortalha.

“Eles [brancos] querem sair no Ilê porque é um bloco bonito e famoso, mas na Quarta-feira de Cinzas ele volta a ser branco, minha casa vai continuar sendo invadida, vou ser julgado pela tal da aparência.” – Vovô do Ilê

O Ilê é o bloco afro mais antigo do Carnaval de Salvador. Também conhecido como “O Mais Belo dos Belos”, o Ilê Aiyê inicialmente seria nomeado de “Poder Negro” e o objetivo do bloco sempre foi o de valorizar e preservar a cultura afro-brasileira. O racismo sempre esteve presente na história do carnaval e o Ilê surgiu justamente para quebrar o elitismo carnavalesco que sempre excluiu os negros dos espaços.

TODAVIA…

Apesar de o bloco aceitar apenas negros no desfile de carnaval e entre seus associados, no ano de 1996, o Ilê lançou um bloco alternativo chamado “Eu Também Sou Ilê”, onde foi possível a participação de pessoas brancas. Só em 2009 apareceram notícias de que o bloco seria relançado com a proposta de reunir gente de todas cores o que causou, inclusive, muita polêmica.

LEIA MATÉRIA DE A TARDE SOBRE: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/tag/eu-tambem-sou-ile/

 

Ashley Malia é réporter do Portal Correio Nagô

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo

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