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Editorial: Um novo ano começa exigindo novos rumos na vida política e uma agenda de inclusão

O ano de 2021 começou e, pela frente, existem uma série de desafios para o Brasil e para os movimentos sociais. O momento é extremamente complicado. Por um lado, o agravamento da pandemia e a ausência de perspectiva de vacinação massiva da população nos colocam em estado de alerta. Por outro lado, a situação política marcada pelo desmonte das instituições públicas vulnerabiliza os grupos sociais que precisam de respostas urgentes do Estado brasileiro.

Na última sexta-feira, dia 01 de janeiro, prefeitos/as e vereadores/as dos mais de cinco mil municípios brasileiros assumiram os mandatos para um novo período e, apesar da falta de uma mudança significativa no panorama geral, as novas autoridades precisam ter o compromisso no combate as desigualdades sociais e que, no Brasil, estão atravessadas pela questão racial.


Nesse sentido, é preciso celebrar o registro recorde de candidaturas negras e a vitória histórica da comunidade LGBTQIA+ no último pleito: mais de 80 candidaturas foram eleitas por todo Brasil e essas novas caras da política podem apontar a direção dos caminhos e da luta. A posse de bancadas coletivas, de projetos políticos que nascem da base e das suas demandas, representa uma nova lógica e dinâmica de disputa dentro do jogo democrático. A escalada dos discursos de ódio e ataques sucessivos aos setores excluídos no país sinalizam para os perigos e para a instabilidade da vida política no país, especialmente, no que tange a proteção e integridade das pessoas que estão no campo popular. Lembramos sempre que, há quatros anos, no Rio de Janeiro, Marielle Franco, mulher negra e lésbica, assumia pela primeira vez como vereadora da cidade tendo sido covardemente assassinada no dia 14 de março de 2017. O crime ainda permanece sem respostas definitivas.


Hoje, emergem mandatos vinculados à luta popular e com o compromisso de combater e de suprimir as perversas engrenagens da exclusão e da desigualdade. Jovens, mulheres, pretas, LGTBQIA+, indígenas, vozes silenciadas que começam o ano de 2021 ocupando os espaços da política institucional. Desejamos que esses mandatos, concedidos pelo voto popular, possam ter a liberdade, respeito e autonomia de cumprir com a sua tarefa e ser um contraponto às formas velhas e hegemônicas de pensar e fazer política no Brasil. Que nos próximos 4 anos o país avance: é necessário, é urgente, é pela nossa dignidade e pelas nossas vidas que importam!

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