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Em comunicado, Farc critica cobertura midiática e declarações dos porta-vozes do governo

Na última sexta-feira (26), a Delegação de Paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc – EP), divulgou um comunicado com críticas aos porta-vozes do governo que estão envolvidos nos diálogos de paz e à atuação da imprensa colombiana na cobertura deste momento. As Farc apontam que, após a abertura dos diálogos, muitos veículos deixaram clara sua atuação em favor dos interesses capitalistas empresariais.

No comunicado, os integrantes das Farc demonstram preocupação com o futuro do processo de paz ao ouvir as palavras de Humberto de la Calle na coletiva de imprensa da Mesa de Diálogos pela Paz em Oslo, capital da Noruega; e também as declarações do general Jorge Enrique Mora, representantes do governo colombiano.

“Esperamos que, antes de 15 de novembro, que é a data de início das sessões da Mesa, quem esteve durante a elaboração do Acordo geral para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura, tenham tempo e forma de dar uma explicação objetiva do documento ao conjunto de suas equipes de trabalho. Isto é fundamental para que comecemos com bom entendimento e para evitar que desde os porta-vozes das partes surjam mensagens que gerem confusão na população que está se preparando para participar de diálogos com múltiplas iniciativas”, pedem.

Contudo as críticas mais árduas foram para os meios de comunicação colombianos, como os canais estatais de rádio e televisão (Caracol e RCN), e para a cobertura midiática que está sendo feita por eles no marco dos diálogos de paz. As Farc reclamam que até o momento a única coisa que a imprensa fez foi “informar descontextualizando” e perseguir o sensacionalismo a qualquer custo, censurando e distorcendo a figura do ator insurgente.

“A cobertura do evento de instalação por parte da Cadeia de Rádio Colombiana Caracol e da Rádio cadeia Nacional – RCN é uma mostra repugnante do que são estas empresas de difusão, que atuam em favor não dos interesses sociais, mas dos interesses capitalistas empresariais”, criticaram, ressaltando que ficou evidente durante o ato de instalação do processo de paz, que estes meios censuraram por completo a intervenção histórica do delegado das Farc, Iván Márquez.

Por outro lado, também reconheceram o trabalho feito por veículos sérios como o Canal Capital, o site de notícias TeleSul e o periódico El Tiempo, que transmitiram, durante toda a inauguração do processo de paz, informações precisas. Farc chama atenção ao fato de que os outros meios de comunicação deveriam levar em conta que em momentos como este, mais que nunca, é fundamental agir com consciência porque nestes diálogos se está falando “do destino de um povo que merece viver em paz”.

Outra observação diz respeito a um ‘lamentável contraste de participação’: dos 140 veículos que cobriram o evento de instalação dos diálogos de paz, apenas dois eram alternativos e colombianos. As Farc parabenizaram os dois e asseguraram que vão contribuir para que daqui para frente eles sejam atendidos de maneira prioritária.

“É urgente abrir um espaço verdadeiro, eficiente e oportuno, ao canal público e aos meios democráticos, que permitam que a Colômbia tenha um conhecimento certo dos desenvolvimentos do processo; quer dizer, do que transcorra em Havana entre governo e insurgência, como o desenvolvimento da participação popular, especialmente”, demandaram.

 

Fonte: Adital – Notícias da América Latina e Caribe

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