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Em disco de estreia, Xauim reflete diáspora africana e celebra afoxé Badauê

O cantor e compositor baiano Xauim lança, nesta quinta-feira (03), o seu primeiro álbum “Flutuântico”, disponível em todas as plataformas de streaming. O disco reúne sete faixas que navegam por uma pluralidade rítmica e que tem como norte um mapeamento ancestral a partir da relação entre a Bahia e o continente africano. Flutuântico toma forma e vem a público quase um ano após o lançamento da faixa ‘Pra Quem Quiser Ouvir’, primeiro single/clipe do projeto. O nome é a coalizão de ‘flutuante’ e ‘Atlântico’ porque, segundo Xauim, precisava dar conta da confusão que é não enxergar, de maneira ampla, as próprias raízes.

Capa: Matheus Leite | XAUIM

A produção, assinada por Átila Santana e Aquahertz, é percussão e afro groove, mas também beat eletrônico. Flutuântico é a viagem que Xauim realiza por desejo – perceptível no entoar da voz sobre cada batida. Nele, aparece a Bahia do afoxé Badauê, aqui representado pelo cantor e percussionista Jorjão Bafafé, único feat do disco. “[A Bahia é] um portal pelo qual eu acesso os outros. Uma interseção que eu percebo nessa diversidade de ritmos é essa ligação com a diáspora”, afirma o artista. O disco, que foi concluído em 4 meses, também homangeia os conterrâneos Gilberto Gil e Carlinhos Brown.

“A população diaspórica, povos aqui marginalizados, encontraram nesse sacerdócio musical, nessa arte, uma maneira de projetar suas dores, congelar e subverter as adversidades. Muitos fizeram essa mobilidade social, subverteram suas realidades por meio da música”, comenta Xauim, ao lembrar que compôs a música há nove anos. A versão, contudo, ganhou um clipe, a ser lançado ainda este mês, e a participação de Bafafé, um dos criadores do Afoxé Badauê – ao lado do compositor e capoeirista Moa do Katendê, assassinado em 2018.

Xauim

Não é a primeira vez que Xauim, persona do fotógrafo e videomaker Matheus Leite [@matheusl8], toma para si a responsabilidade de refletir a diáspora. Como artista visual, foi o primeiro brasileiro a vencer o concurso Sony World Photography Awards, na categoria National Awards. No ensaio Afrocentrípeta, retrata o fenômeno da imigração forçada nas Américas, sobretudo no Brasil.

Na música, ocorreu de perceber na palavra xauim – que em tupi significa sagui (mico) – a conexão que precisava. A referência veio da música Cantando em Tupi, faixa que integra o álbum, composta em 2011. Enquanto xauim, o macaquinho, caminha por aí entre fios elétricos e galhas, Xauim se aventura no universo da música, mas também do audiovisual, a fim de jogar para o mundo a força que mais se aproxima de resumir as tantas formas de se expressar em vida: a arte.

Foto: Gabriel Pirajá/Divulgação

Flutuântico | 03.06.2021
Fotos | Divulgação/Gabriel Pirajá: Imagens – Divulgação
Xauim nas redes: @XAUIM |

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