Redação Correio Nagô – Nos últimos dez anos, dos 36 milhões de brasileiros que passaram a fazer parte da classe média, 75% eram negros e 25% são brancos. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (12), revelado por um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE).

Com esta porcentagem, a participação dos negros na classe média do país subiu de 38%, em 2002, para 51%, em 2012. Com a divulgação do estudo, veículos de imprensa nacionais chegaram a falar de um “equilíbrio racial”.

Ainda de acordo com o estudo, batizado de Vozes da Classe Média, os pobres foram os maiores favorecidos no que se refere a um incremento de renda. No período de 2001 a 2011, enquanto o crescimento na renda dos 10% mais pobres foi de 6,3% ao ano, para os 10% mais ricos beirou 1,4% ao ano.

O maior acesso à renda tem refletido diretamente na ampliação da classe média brasileira, que passou de 38% da população, em 2002, para 52%, em 2012, com renda per capita familiar entre R$ 291 e R$ 1.019. As estimativas tiveram como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

O estudo da SAE esmiuçou ainda o crescimento da classe média por região e por estados. Neste quesito, o Sudeste foi a região que mais inseriu novos integrantes na classe média nos últimos 10 anos, respondendo por 36% dos novatos. Logo em seguida vem a região Nordeste com 34%.

Ainda no Nordeste, a participação da classe média na região variou de 22%, em 2002, para 42%. Já no Sudeste, foi registrada uma diferença de 11 pontos percentuais: em 2002, a participação da classe média na região era 46% e subiu para 57% neste ano.

“O que aconteceu no Brasil na última década foi uma mudança sem precedentes na distribuição de renda brasileira. As taxas de crescimento foram muito maiores entre os mais pobres, do que entre os mais ricos. Os números mostraram que a taxa de crescimento dos 10% mais pobres do Brasil foi 4,5 vezes maior do que a taxa de crescimento dos 10% mais ricos. Isso representou um desafio político sensacional. Historicamente para o Brasil, isso é um fato sem precedentes”, disse o secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Ricardo Paes de Barros, ontem durante 1° Fórum Novo Brasil, em São Paulo.