Em Ramallah, manifestantes protestavam presença de presidente norte-americano; Hamas diz não esperar nada do encontro
São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi recebido hoje (21) pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na sede do governo palestino, a esplanada de Muqata, em Ramallah. Trata-se da primeira viagem de um presidente dos Estados Unidos aos territórios palestino ocupados por Israel.
No encontro, Obama tentará convencer as autoridades palestinas a retomarem as negociações de paz, o que estes só aceitam fazer sob condição de que os assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental sejam interrompidos. Segundo porta-vozes da Casa Branca, Obama não trouxe em sua viagem ao Oriente Médio um plano de paz definido. “O objetivo do presidente é ouvir”, disseram.
A cerimônia foi marcada por protestos pela cidade. Cerca de 300 pessoas, segundo o jornal Maan , seguravam sapatos nas mãos (atitude considerada não amigável em países muçulmanos), cantavam slogans anti-Obama – como “deixe de apoiar os crimes de guerra israelenses” e “Estados Unidos, Israel e Reino Unido: triângulo do terror” – e pediam para que ele deixasse logo os territórios palestinos ocupados.
Outros participantes acusaram os EUA de “votarem a favor da ocupação” em 29 de novembro, quando os palestinos obtiveram na ONU o status de Estado não membro, e de não serem “neutros” no conflito. Os manifestantes também reivindicavam o direito de retorno para os refugiados e a liberdade para todos os presos palestinos em prisões israelenses.
A polícia cercou a rua que conduz da praça Al Manara até Muqata, onde é realizado o encontro de cúpula. Cerca de 150 agentes foram enviados para reforçar a segurança da área.
Obama chegou de helicóptero, e não atravessou o território ocupado de carro, como esperavam alguns dirigentes palestinos. Ele foi recebido por uma banda militar que tocou os hinos dos EUA e da Palestina e em seguida cumprimentou o primeiro-ministro, Salam Fayyad, os membros do Conselho de Ministros e outros funcionários de alta patente.
Bandeiras norte-americanas e palestinas, grandes medidas de segurança e tapetes vermelhos serviram de cenário para uma cerimônia solene na qual não surgiram