“Cultura Empreendedora nas Casas de Axé” foi o tema do seminário que aconteceu nesta quarta-feira, 09/11, no Espaço cultural da Barroquinha, em Salvador. O evento teve como objetivo instruir a população sobre o funcionamento do projeto que pretende orientar e capacitar adeptos das comunidades religiosas em praticas que já existem dentro dos terreiros.
O programa foi idealizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego (Sedes) e desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Ba).
A conferência teve forte presença de adeptos do candomblé que compuseram o ambiente para a temática do encontro com suas roupas e indumentárias ligadas à religião, assim como as reverências que foram todas voltadas a Xangô, orixá regente do dia. “Xangô nos coroe também com as suas bênçãos”, disse a pedagoga Sandra Bispo.
Em sua fala, a pedagoga fez questão de ressaltar que os terreiros já desenvolvem inúmeras iniciativas empreendedoras e que o projeto foi uma oportunidade de capacitar essas práticas. “As Casas de Axé servem como espaços de educação e desenvolvimento do empreendedorismo”, defendeu.
Sandra Bispo possui o cargo de Yá Kekerê (segunda na hierarquia de uma comunidade religiosa de Candomblé) no Ilê Axé Oxumarê, terreiro tombado de Salvador, e foi uma das palestrantes do encontro, junto com o economista Hélio Santos, presidente do Fundo Baobá e Fabrício Barreto, gestor de projetos do Sebrae.
Foi possível perceber o grande interesse dos participantes nessa iniciativa que até então é uma novidade entre os terreiros. Para Hélio Santos foi interessante da parte Sebrae desenvolver esse projeto, entretanto, além de ensinar foi possível absorver conhecimento também.
“O povo de axé empreende desde quando chegou aqui”, completou Hélio, referindo-se aos povos africanos trazidos para o país durante o regime de escravidão.
Dentre os terreiros que foram contemplados com as oficinas estão: Nzó Leemba Mukumbi Junsara (Periperi), Casa de Oxumarê (Federação), Ilê Axé odé Omi Kenderê (Beirú), Ilê Axé Bàbá Omin Safuran (Rio Sena), Nzó Kisimbi Keuamazi dya Nzaambi (Paripe) entre outros.
Os convidados contaram ainda com a apresentação do grupo de capoeira Os Bambas do Sol Nascente. O grupo desenvolve atividades sócio educativas, incentivando a prática de esportes e desenvolvimento cultural. O coletivo fez apresentações de samba de roda, maculelê entre outros.
Marcelo Nascimento é repórter do Correio Nagô