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Encontro para mulheres lésbicas e bissexuais discute afetividade

16/06/2018 | às 17h20 | Atualização (18/06/2018, às 14h56)

O Coletivo Brejo, composto por mulheres lésbicas e bissexuais negras, realiza mais um Encontro do Brejo. Dessa vez debatendo o afeto entre esse grupo social, na Casa La Frida, neste sábado (16), com programação feminista do coletivo.

A tarde de cuidado e amor conta com a ‘Roda de diálogo: “Como meu afeto te afeta” – Construindo narrativas de amor entre nós’, com a participação da psicóloga Leomaria Novaes. Para além da Roda, a tarde tem música com a cantora Iane Gonzaga, sucos naturais, oficina de turbante e o Brechó do Brejo. Tudo isso exclusivamente para as mulheres lésbicas e bissexuais.

Encontro busca promover bem estar e segurança para mulheres lésbicas e bissexuais.

Duas mulheres que se amam ainda passam por muitos processos dentro da sociedade, como a limitação do direito aos espaços públicos, as violências das mais variadas formas e fetichismos. Pautando outras narrativas,  mulheres lésbicas e bissexuais têm buscado furar bloqueios nas estatísticas que marcam seus corpos em uma história de discriminação e apagamento, com iniciativas potentes de amor.

“Dentro de uma sociedade heteronormativa nossa existência e afeto é visto como ofensa e resulta em diversas violências. Pensando no nosso bem estar e segurança, partindo da ideia de aquilombamento para sobrevivência, criamos uma oportunidade de espaço seguro e gratuito para que possamos existir e nos fortalecer para a vivência diária. É sempre importante ressaltar que, enquanto sapatonas e bissexuais negras, nossos passos vêm de longe e é pensando nas conquistas das nossas que seguimos em busca de mais direitos, a inspiração gera ação,” explica a estudante do BI de Humanidade e integrante do coletivo Brejo, Bruna Bastos.

Como meu afeto te afeta

O Coletivo Brejo nasceu da  necessidade de espaços seguros para o lazer, diálogos e respiro para as mulheres lésbicas e bissexuais interagirem e trocarem afeto, dentro de uma sociedade que limita o acesso de mulheres que relacionam com mulheres aos espaços públicos e particulares, como bares, praças, festas.

A principal motivação do coletivo é justamente possibilitar o fortalecimento mútuo entre mulheres, além de fomentar discussão das pautas e necessidades desse grupo, e aquilombamento para pressionar a construção de políticas públicas.  

“Nos reconhecemos a partir das nossas experiências e histórias em comum e nos encorajamos para o enfrentamento das demandas diárias do que é ser sapatona e mulher bissexual. Sejam bem vindas ao nosso Brejo, uma rede de amor”, finaliza a integrante do coletivo, Bruna Bastos.

Beatriz Almeida é repórter-estagiária do Portal Correio Nagô.

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo.

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