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Entidade negra repudia nome de operação da Polícia Federal

acarajé

O Coletivo de Entidades Negras (CEN) divulgou uma nota de repúdio sobre o batismo da operação da Polícia Federal, que cumpre mandados de busca e apreensão cumpridos na Bahia –  entre outros estados -, com o nome de Acarajé, na 23ª etapa da operação Lava Jato. A entidade considera desrespeitosa a associação de um alimento sagrado para religiões de matriz africana à corrupção e atos criminosos. E exige imediata alteração do nome da operação.

Lei a nota:

O Coletivo de Entidades Negras, CEN, organização nacional do Movimento Negro que tem, entre outros temas, a defesa das religiões de matrizes africanas, vem a público apresentar seus mais veementes protestos e repúdio à operação da Polícia Federal batizada de Operação Acarajé. Nada justifica a escolha deste nome e exigimos sua imediata alteração.

O acarajé é alimento sagrado para as pessoas que, em todo o país cultuam os Orixás. Há pouco tempo, na Bahia, o acarajé foi objeto de disputa jurídica entre o povo de santo e os evangélico-pentecostais que queriam rebatiza-lo de bolinho de Jesus para, assim, poder comercializa-lo. O povo de santo venceu a pendenga apresentando a sacralidade do alimento que é intimamente relacionado à Orixá Oya.

Nosso repúdio vem no sentido do total desrespeito religioso a um elemento sagrado do Candomblé, desrespeitando assim, de forma acintosa, toda a tradição e história dessa religião no Brasil.

Afirmamos que Orixá e o povo de santo nada tem com a roubalheira que assola o país. O que repudiamos é ver nossa religiosidade vinculada a uma operação para prender bandidos. Isso, para nós e toda nossa comunidade religiosa, é inaceitável“.

Coordenação Nacional do CEN.

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