Conectando o tradicional e o contemporâneo em um mesmo tempo, MC Tha versa entre o sagrado e o profano no projeto transmídia Meu Santo é Forte, que chega às plataformas digitais. O EP, composto por cinco composições já entoadas pela voz de Alcione, apresenta um mergulho profundo da artista em pesquisas e vivência com as religiões afro-brasileiras, mesclando estéticas e ritmos de um jeito original, atual e genuíno por meio do funk, tambores e pontos cantados.
Juntamente com MahalPita, produtor musical e artista transmídia que assinou o novo trabalho, ela buscou redesenhar uma linha do tempo de volta a criação do funk mais percussivo e dos toques afros mais digitais.
As composições selecionadas para guiar tais propostas foram “São Jorge”, “Figa de Guiné”, “Corpo Fechado”, “Afrekete” (produzida por MU540) e “Agolonã”, lançadas originalmente entre as décadas de 70 até os anos 2000 – as três primeiras, respectivamente, ganharam na nova versão um coro especial da Comunidade Jongo Dito Ribeiro.
Estas resgatam um desejo antigo da artista de trazer Alcione, uma das mais notórias sambistas do país, para dentro do processo criativo como um caminho para refletir e relembrar as raízes ancestrais em um país que caminha lentamente para esta direção.
Com uma base fundamentada no funk, o “Meu Santo é Forte” fortalece a mensagem da conexão entre o ritmo e os toques afro-religiosos, tocados nos candomblés, nas umbandas, morros e periferias (com ênfase ao toque Congo de Ouro, ritmo de origem angolana), que se assemelha ao vasto repertório afro presente em diversas expressões populares de resistência, como o Jongo.
Com a direção de Rodrigo de Carvalho e Vitor Nunes, o programa ‘Clima Quente Show’ recebe artistas em desenvolvimento na cena atual da música brasileira e convida MC Tha para apresentar as canções de Meu Santo é Forte. De forma fictícia e com um roteiro descontraído desenvolvido pela cantora, o trabalho visual cria uma realidade em que o tempo se mistura e deságua na possibilidade de imaginar uma Alcione da época do programa Alerta Geral – onde recebia personalidades e sambistas em plena TV aberta – nos dias atuais e uma MC Tha com a elegância e força na década de 70.