É isso que poetisa e jornalista Elizandra Souza , 29 anos, promete ao leitor que se debruçar sobre seu segundo livro, “Águas da Cabaça”, uma obra com poesias femininas, negras, militantes, descompromissadas e amorosas.
“Esse livro surgiu porque senti necessidade de fazer um livro autoral com poemas que tinha escrito ao longo de cinco anos, de 2007 a 2012″, diz ela, em entrevista ao Periferia em Movimento, que já havia escrito “Punga” em 2007 com o poeta Akins Kinte, além de participar de diversas antologias de contos. “Necessidade de protagonismo da mulher negra poeta que sou. A inspiração das poesias são diversas, mulheres negras em todas as suas dimensões, a periferia também, o amor, as crianças, a resistência, a luta que continua”, continua.
Ao todo, sete mulheres negras participaram do processo de criação do livro: Nina Vieira no projeto gráfico; Salamanda Gonçalves na criação da capa; Renata Felinto abrindo os capítulos com suas imagens; Mel Adún abençoando o livro com o Prefácio; Priscila Preta complementando a leitura; e Carmen Faustino revisando os textos.
“Os leitores vão encontrar muita beleza imagética, vão encontrar África e Sertão, periferia e centro, amor e ódio… São tantas as possibilidades”, provoca Elizandra.
Dividido em cinco capítulos com citações de autoras negras de diversas partes do mundo, “Águas da Cabaça” tem 138 páginas de sinestesia poética que é resultado de cinco anos de criação – e uma vida inteira por trás.
Editora da Agenda Cultural da Periferia , um informativo que destaca a cena cultural periférica paulistana, Elizandra Souza considera poesia e comunicação coisas complementares.
Nascida em 1983 no Jardim Iporanga, periferia Sul de São Paulo, Elizandra viveu dos dois aos 13 anos em Nova Soure (BA), terra natal dos pais. Voltou em 1996 e conheceu o hip-hop. Criou um fanzine de poesias, começou a frequentar a Cooperifa em 2004 e participou de um jornal experimental para dar voz à periferia – o “Becos e Vielas”. Em 2006, conquistou uma bolsa universitária pelo Prouni e começou a cursar jornalismo. Foi então que recebeu um convite da Ação Educativa para escrever a Agenda Cultural da Periferia.
“A poesia e