São Paulo – Dezenas de milhares de pessoas saíram neste domingo pelas
ruas de Madri em comemoração ao 82º aniversario da II República (1931-1939),
uma marcha que simboliza oposição ao regime monárquico. O público, que andou
por um percurso da praça Cibeles até a praça Sol e ostentava bandeiras
tricolores (vermelha, amarela e roxa) da época republicana foi o maior
registrado nos último anos, em um momento em que a coroa espanhola atravessa um
mau momento. As informações são do jornal El Mundo .
A manifestação, em tom muito festivo e sem nenhuma ocorrência de confronto, foi
convocada por cerca de vinte coletivos, que clamavam os espanhóis a saírem às
ruas para reivindicar o fim da monarquia e a instauração da III República.
Muitos também pedem um referendo para que a população possa decidir entre a
República e a Monarquia, além da nacionalização dos bancos, uma reforma fiscal
progressiva, proteção aos desempregados, reforma política, punição contra os
crimes do franquismo e o não pagamento da dívida.
Os manifestantes entoavam cânticos como “Abaixo um
Alteza com tantas baixezas!”, “Amanhã, a Espanha será
republicana”, “Essa bandeira é a verdadeira” e “O próximo
desempregado será o chefe de Estado (o rei Juan Carlos II)”.
Também alguns lembravam o caso de corrupção conhecido como “Operação
Babel”, que envolveu o ex-jogador de handebol Iñaki Urdangarin, esposo da
princesa infanta Cristina (oficialmente a Duquesa de Palma de Mallorca). Ele
está sendo investigado pela polícia por uma suspeita de desvio de fundos
públicos, fraude e lavagem de dinheiro através do Instituto Nóos, uma ONG de
incentivo ao esporte. Para ele, os manifestantes gritavam: “Urdangarin,
Urdangarin, vai trabalhar no Burger King”. Ainda nesta semana, a princesa
Cristina também foi formalmente acusada no escândalo.
Além do escândalo envolvendo Urdangarin, a família real
também se desgastou com uma recente viagem do rei Juan Carlos para caçar
elefantes na Bostuana quando a crise das dívidas públicas europeias atingiu o
país e um suposto escândalo amoroso do rei com uma empresária alemã. O rei
também tem parecido pouco em público, pois enfrenta problemas de saúde.
“O rei e Urdangarin se converteram em uma fábrica de republicanos”,
disse Antonio Romero, coordenador da Rede Municipal pela III República e membro
da direção nacional da IU (Esquerda Unida). Segundo ele, o bipartidarismo
monárquico está