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Estúdio África cria fundos decorativos com contextos africanos em feira livre

Inspirado na história e nas práticas da fotografia africana, o projeto Estúdio África promove uma série de ações voltadas para uma experiência estética original em Salvador. Ao longo do século XX, os africanos se apropriaram da técnica da fotografia e criaram uma estética própria, atualmente exposta nos mais importantes museus do mundo. A ideia é recriar estes espaços de experiência fotográfica como forma de aproximar os baianos da cultura do continente através da arte, simulando uma espécie de estúdio ao ar livre. O projeto é financiado pela Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos.

No dia 08 de outubro, domingo, dia de feira em Castelo Branco, os moradores e frequentadores do bairro serão convidados a se deixar fotografar pela consagrada fotógrafa Arlete Soares, diante de fundos decorativos inspirados pela iconografia africana. A ação conta com a performance da artista Ana Dumas que irá convocar os transeuntes a posar diante dos fundos e a fazer parte do que virá a ser a Coleção Castelo Branco. Os retratados poderão registrar suas impressões sobre a África, transformadas em legendas da Coleção. Os três fundos, com dimensões de 1,70m x 1,50m, reproduzem diferentes contextos africanos e foram pensados para estimular a interação do público com o universo ali representado.

Os fundos decorativos foram produzidos pelo artista plástico baiano Eder Muniz (Calangos), reconhecido pelo seu trabalho com o grafite. Foi sugestão dele que a tomada de fotos para a Coleção acontecesse em Castelo Branco, bairro onde mora e se pode ver muitos dos seus trabalhos expostos nos muros, por entender que é nas comunidades que a presença negra pulsa no cotidiano da cidade. Para compor as telas, o artista usou técnicas com spray, tinta acrílica e caneta posca.

Na segunda-feira, dia 10/08, os fundos decorativos serão instalados no espaço externo do Espaço Cultural Barroquinha como pontos de selfie para que a população possa interagir de forma espontânea com eles. A instalação coincidirá com diversas atividades culturais que estarão acontecendo no mesmo espaço e arredores ao longo do mês de outubro.

Mostra de Fotografia Africana e da Diáspora

As ações do Estúdio África culminam em uma mostra, com curadoria de Goli Guerreiro, que apresenta uma projeção de fotografias africanas, dos retratos da Coleção Castelo Branco, e um minidocumentário que registra o processo da criação dos fundos decorativos e a tomada de fotos. O evento será aberto a todos os públicos no Espaço Cultural Barroquinha, dia 21 de outubro, e no dia 27 na Escola Municipal Dona Arlete Magalhães, em Castelo Branco. Na ocasião das mostras, os retratados terão acesso à sua fotografia impressa.

Instalados na Feira de Castelo Branco (Praça Mestre Gude), os fundos africano-baianos pintados por Eder Muniz e amparados na pesquisa em antropologia estética de Goli Guerreiro dialogam com a performance de rua do Carrinho Multimídia de Ana Dumas que reproduz um repertório de músicas africanas enquanto, munida de um microfone, veicula pílulas orais de informações sobre a história cultural da África. Os retratos da Coleção Castelo Branco são tomados pela experiente fotógrafa Arlete Soares, fundadora da Editora Corrupio, cujo catálogo é dedicado ao mundo negro. Por fim, a linguagem audiovisual faz o registro de todo este processo em formato de minidocumentário, sob o olhar de Diogo Nonato.

Suscitando interesse por novos formatos estéticos da fotografia, para além das selfies, o Estúdio África lança mão do interesse pela fotografia para difundir conhecimento sobre repertórios artísticos africanos e contribuir com a renovação do imaginário da população soteropolitana no que diz respeito à África. O projeto teve recursos do Edital Arte Todo Dia Ano III, da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura de Salvador, e apoio do Espaço Cultural Barroquinha e do Núcleo da Juventude da EDAM.

Da redação.

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