29/02/2018 | às 17h49
Imagine um acervo de imagens que eternizaram a luta da população negra baiana por direitos? Agora imagine que parte desse arquivo está na exposição Memórias de Resistências Negras pelas Lentes do Zumvi, aberta para visitação de segunda a sexta, das 9h às 17h, no Museu Afro Brasileiro/UFBA, no Largo Terreiro de Jesus (Escola de Medicina da UFBA). A visitação permanece até este sábado (02).
As fotos fazem parte do Zumvi: Arquivo Fotográfico, que reúne registros de 1980 a 2015, dos fotógrafos e ativistas baianos Lázaro Roberto e Jônatas Conceição.
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1993 | Aula inaugural do instituto cultural Steve Biko. Foto: Lázaro Roberto
O acervo possui registros imagéticos que trazem momentos emblemáticos das trajetórias de luta pela reivindicação e manutenção de direitos. “A exposição retrata memórias históricas do Movimento Negro do final do século XX e hoje é uma contribuição para o processo de reconhecimento do povo afrodescendente diante da sua história”, afirma Lázaro fotógrafo artista, educador e militante de movimento negro, um dos fundadores do Zumvi Arquivo Fotográfico.
Compondo a exposição, a instalação Punhos Cerrados consiste em um ambiente interativo no qual o visitante poderá acessar manifestações históricas do Movimento Negro na Bahia a partir de um gesto emblemático: erguendo um braço com o punho fechado — gesto que foi consagrado pelos Panteras Negras dos Estados Unidos.
A atmosfera rememora o histórico de lutas e conquistas da população negra baiana e promove a reflexão sobre a necessidade da continuidade, diante do atual cenário político do país.
Oficina de Pinhole e Fotografia Artesanal
A inscrição deve ser feita através do link https://goo.gl/forms/Jgwvfhbnt
Data: A confirmar e divulgar na página do Facebook do Zumvi – Arquivo Fotográfico.
Número de vagas: 15.
Público alvo: estudantes de escolas públicas.
Carga horária total: 12 horas.
Facilitador: Lázaro Roberto.
Zumvi: arquivo fotográfico
O Zumvi: arquivo fotográfico é formado por fotógrafos negros que desde a década de 80 direcionam seu olhar e suas lentes para as manifestações políticas e culturais da comunidade negra baiana. Possui um acervo com cerca de 20.000 negativos, construído durante os últimos 27 anos com registros acerca das comunidades quilombolas, blocos afros e afoxés, com destaque para o Ilê Aiyê, festas, passeatas reivindicatórias, estética negra, exclusão social e atividades realizadas pelo Movimento Negro Unificado (MNU) nas décadas de 1980 e 1990.
Em 2006, três anos antes da sua morte, o ativista Jônatas Conceição, um dos mais importantes intelectuais do movimento negro brasileiro que atuou em várias frentes de luta contra o racismo e valorização das entidades negras, doa parte dos seus negativos de 1980 a 1993 ao acervo, somando outros olhares ao Zumvi.
Da Redação do Portal Correio Nagô.