Maquiagem e produtos para cabelos e pele negra, roupas adequadas às formas do corpo da mulher negra, livros e brinquedos que seguem a temática, objetos de decoração ligados à cultura africana são alguns dos produtos que os visitantes encontram na Feira Preta. Também há um espaço cultural com literatura, cinema, fotografia, música, artes plásticas, entre outros.
Feira cresceu e adotou modelo replicável
A inspiração para a criação do evento, que está em sua 11ª edição, surgiu da experiência de Barbosa em feiras artesanais e alternativas de São Paulo. “Eu sentia falta de um espaço que reunisse produtos, serviços e cultura negra. Junto com uma amiga que também era expositora, começamos a mapear empreendedores e artistas e criamos a Feira Preta.”
A primeira edição aconteceu em 2002, na Praça Benedito Calixto, em São Paulo, e reuniu cinco mil pessoas em um dia. Já na primeira edição, as empreendedoras conseguiram patrocínio da Unilever, que, na época, estava lançando um produto voltado ao público negro.
Atualmente, a feira tem patrocínio de grandes empresas, como Petrobras, Natura e Santander, e, em nove edições, já reuniu 400 artistas, 500 expositores, 70 mil visitantes e movimentou mais de R$ 2 milhões. Informações de como participar como expositor ou visitante estão disponíveis no site.
“Trabalhar com produtos e serviços específicos para negros é uma oportunidade de nicho, não é oportunismo. As empresas precisam entender esse público, se relacionar com ele e ofertar o que ele deseja. Por isso, aplicamos pesquisas aos frequentadores da feira para entender seus hábitos”, afirma.
Outros projetos acontecem durante o ano todo
O envolvimento com a causa foi tão grande que surgiram outras iniciativas, formando o Instituto Feira Preta. Além da feira, o instituto tem o projeto “Pílula de Cultura”, que discute questões sociais e fomenta a cultura negra; o “Preta Qualifica” em parceria com o Sebrae, que oferece capacitação técnica e gerencial aos empreendedores; e “Casa da Preta”, espaço cultural de difusão e preservação artística da cultura negra. “Nosso público é diversificado. São todas as pessoas com interesse na cultura afro, que diz respeito também à cultura brasileira”, diz a idealizadora.
O principal desafio, segundo ela, é estabelecer parcerias. “Temos muitas dificuldades, já enfrentamos preconceito. Temos que educar o interlocutor para que ele entenda o contexto histórico e se conscientize sobre a questão”, declara.
O Instituto Feira Preta aderiu, recentemente, ao projeto Kultafro, rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra no Estado de São Paulo. A Kultafro é uma plataforma para desenvolver a sustentabilidade econômica desses negócios e mapear projetos e iniciativas culturais no Estado.
Além do Instituto, o projeto também conta com o apoio do Baobá – Fundo para Equidade Racial, CONE (Coordenadoria dos Assuntos da População Negra), FUNARTE, Fundação Cultural Palmares e Centro Cultural da Espanha, dentro do seu programa afrodescendentes.
“Fazer parte de uma rede é muito importante, pois conseguimos agir num cenário macro, ter influência em políticas públicas e dar visibilidade às iniciativas”, diz Barbosa.
Fonte: Boainformacao.com.br http://www.boainformacao.com.br/2012/10/feira-preta-traz-opcoes-de-negocios-voltados-ao-publico-negro/ e Uol