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Festival de Mulheres em Cena promove circuito artístico feminino

De 11 a 17 deste m~es, Salvador a cena baiana será palco do “Tristes, Loucas E Más: Festival de Mulheres em Cena”, que tem uma proposta de difusão e estímulo à produção cênica contemporânea de artistas criadoras da Bahia (naturais e/ou radicadas).

Obsessiva Dantesca FOTO: IzabellaValverde

A programação conta com oficinas-encontros – para partilha sobre os procedimentos criativos de algumas artistas participantes do Festival, apresentações de 14 solos, conversas temáticas e um espaço de convivência feminista. Para abrir os ritos, as atrizes irão fazer uma junção performática de suas intensidades múltiplas numa apresentação coletiva que ocorrerá nas escadarias da Barroquinha, no dia 13 de setembro, às 19h.

“Será um momento em que as performers diluirão suas individualidades e se juntarão coletivamente quanto mulheres artistas. Será uma performance em que utilizaremos projeção e as atrizes irão interagir com as imagens que estão sendo projetadas”, explica Raiça Bomfim, uma das curadoras do festival. 

Isto Não É Uma Mulata FOTO Andrea Magnoni

A noite de abertura do festival contará ainda a discotecagem de DJ André Oliveira e Mana Maia, que se encontram para trazer o set “Mulheres do mundo”, baseado na pesquisa desenvolvida por André na direção musical do espetáculo “Isto Não É Uma Mulata”, solo de Mônica Santana, “Ofélia: sete saltos para se afogar”, solo de Raiça Bomfim e “Loucas do Riacho”, dialogando com a pesquisa musical de Mana Maia. Entre as mulheres que vão soar nos autofalantes, estão nomes como as The Lijadu Sisters, duo nigeriano da década de setenta, e Petrona Martinez, com toda sua musicalidade afro-colombiana, Kumbia Queers, grupo argentino.

As ações ocorrerão gratuitamente na Casa Benin e ruas do Centro Histórico de Salvador; no Centro Cultural Barroquinha e Teatro Gregório de Mattos ingressos serão R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), com venda duas horas antes de cada performance, na bilheteria do teatro.

Festival

O Festival – iniciativad as produtoras da Baluart Projetos Culturais e Gameleira Artes Integradas – toma emprestado o título do livro “Tristes, loucas e más – a História das mulheres e seus médicos desde 1800”, da escritora polaca Lisa Appignanesi, que traça o perfil histórico das tendências psiquiátricas que formularam a teoria da propensão feminina à Melancolia, à Loucura e à Violência. TRISTES, LOUCAS E MÁS assume como eixo curatorial trabalhos solos propostos por mulheres que trabalham feminilidades e feminismos diversos numa perspectiva de expansão das expressões e existências de mulheres.

O impacto desta ação alcança esferas de construção política e social, fomentando reflexões sobre direitos igualitários e equanimidade. “Escolhemos trabalhos que têm grande poder de descondicionamento de ideias, de expansão de sensibilidades, de diversificação de afetos. São trabalhos que, cada qual a seu modo, provocam experiências de impacto e de insight e que, portanto, geram grandes reverberações”, explica Raiça Bomfim, da Gameleira Artes Integradas, que também assume a função de curadora do festival, juntamente com sua parceira Olga Lamas.

Sete Liste FOTO: Nina La Croix

Apesar da amplitude dos debates em torno das políticas e subjetividades de mulheres, ainda não existe na Bahia um festival, circuito ou plataforma com foco no trabalho das artistas do corpo e da cena. Atendendo à demanda, “TRISTES, LOUCAS E MÁS” visa propulsionar a cena contemporânea das artes, injetando fôlego criativo e expandindo os canais de diálogo a partir da valorização da arte da cena feita por mulheres.

O que se propõe é que o festival seja, além de um circuito artístico, um ato político de visibilidade às mulheres. “Assumimos uma postura política, sim. Trata-se de um festival feminista, que atenta para questões envolvidas na produção artística de mulheres do circuito soteropolitano e para o potencial de transformação social das poéticas, temáticas e discursos perpassados nessas produções”, realça a dupla da Gameleira Artes Integradas.

Programação

O festival começará com as oficinas-encontros, que ocorrerão de 11 a 13 de setembro, sempre de 09 às 12h, na Casa do Benin, com entrada gratuita, voltadas para mulheres, mas abertas para público geral. Cada encontro terá um eixo temático (Tristes, Loucas e Más) e servirá para que as artistas partilhem os procedimentos criativos dos seus solos. 

Já entre os dias 14 e 17 de setembro, no Centro Cultural Barroquinha, Teatro Gregório de Mattos e ruas do Centro Histórico de Salvador, serão apresentados os solos das artistas Olga Lamas, Lisa Vietra, Lais Machado, Paula Carneiro, Mônica Santana, Felícia de Castro, Lara Duarte, Raiça Bomfim, Isaura Tupiniquim, Roberta Nascimento e Lia Lordelo, mai um vídeo-performance de Michelle Mattiuzzi (confira espetáculos, dias e horários abaixo).

Para fomentar a reflexão temática, o festival contará com um Espaço de Convivência, localizado no quiosque na lateral do Centro Cultural Barroquinha. Ambiência para o público se acomodar antes, entre e depois das apresentações. O funcionamento será de quinta a domingo: quinta e sexta-feira, das 17h às 21h; sábado das 15:30 às 21h; e domingo das 15:30 às 19h.

Programação

  • Abertura do Festival

– Quarta: Dia 13/09

AÇÃO ARTÍSTICA COLETIVA das artistas participantes [19h, na escadaria entre Teatro Gregório de Mattos e Centro Cultural Barroquinha]

  • Apresentações artísticas:

Ingressos a: R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira). Ações na rua e no espaço de convivência serão gratuitas.

– Quinta: Dia 14/09

Sagração, de Olga Lamas [16h, ruas do Pelourinho, GRATUITO]

Duas Calçolas para Tereza, de Lisa Vietra [18h, Espaço Cultural Barroquinha]

Obsessiva Dantesca, de Laís Machado [19h, Teatro Gregório de Mattos]

– Sexta: Dia 15/09

Sirva-se, de Olga Lamas [16h, Pelourinho, GRATUITO]

Paulada Silva Selva, de Paula Carneiro [18h, Teatro Gregório de Mattos]

Isto não é uma mulata, de Mônica Santana [19h, Espaço Cultural Barroquinha]

– Sábado: Dia 16/09

Ritos para invocação de Rosário, de Felícia de Castro [17h, Teatro Gregório de Mattos]

Remedeia, de Lara Duarte [18h, Espaço Cultural Barroquinha]

Ofélia: Sete Saltos Para Se Afogar, de Raiça Bomfim [19h, Teatro Gregório de Mattos]

– Domingo: Dia 17/09

Ópera Nuda, de Isaura Tupiniquim [17h, Espaço Cultural Barroquinha]

Set List, de Felícia de Castro [17h30, Espaço De Convivência – Espaço Cultural Barroquinha]

Aquecemos corações a sangue frio, de Roberta Nascimento [18h, Galeria do Espaço Cultural Barroquinha]

TorquatáLia, de Lia Lordelo [19h, Teatro Gregório de Mattos]

  • Conversas Temáticas:
  1. “Mulheres encarceradas” com a convidada Márcia Limma

[ Sábado, 16/09, 16h às 17h, espaço de convivência. Aberto ao público. Gratuito]

  1. “Mãe artista” com a convidada Maria Mariguela

[ Domingo, 17/09, 16h às 17h, espaço de convivência. Aberto ao público. Gratuito]

  • Oficina-encontro

– Segunda-feira: Dia 11/09

Eixo “Tristes” – encontro para partilha dos procedimentos criativos das artistas Olga Lamas, Raiça Bomfim, Lisa Vietra e Roberta Nascimento, com realização de proposições que envolvem aspectos e intensidades ligados à melancolia, silêncio, abismo, vertigem, solidão, morte, renascimento. [ Segunda, 11/09, das 9h às 12h, Casa do Benin: 20 vagas. Gratuito]

– Terça-feira: Dia 12/09

Eixo “Loucas” – encontro para partilha dos procedimentos criativos das artistas Laís Machado, Lara Duarte, Mônica Santana e Lia Lordelo, com proposições que envolvem aspectos e intensidades ligados à loucura, êxtase, extravasamento, deboche, excentricidade. [ Terça, 12/09, das 9h às 12h, Casa do Benin: 20 vagas. Gratuito ]

– Quarta-feira: Dia 13/09

Eixo “Más” – encontro para partilha dos procedimentos criativos das artistas Paula Carneiro, Isaura Tupiniquim, Michelle Mattiuzzi e Felícia de Castro, com proposições que envolvem aspectos e intensidades ligados à violência, crueldade, exaustão, grotesco, monstruosidade. [ Quarta, 13/09, das 9h às 12h, Casa do Benin: 20 vagas. Gratuito ]

Da Redação.

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