A terceira edição do FALA! – Festival de comunicação, culturas e jornalismo de causas ocorre de 25 a 27 de agosto. As ações serão realizadas no Teatro Gregório de Mattos de forma gratuita, em Salvador (BA), com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do festival.
O objetivo central do FALA! é criar um espaço de debate sobre o papel dos meios de comunicação e como eles podem servir de apoio para uma sociedade mais democrática, diversa, e romper os padrões do jornalismo tradicional, valorizando a cultura, identidade e diversidade de linguagens.
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As discussões propostas para as mesas de debates desta edição permeiam temas relacionados ao papel dos meios de comunicação na democracia, direitos humanos, movimentos sociais, cultura, combate ao silenciamento, jornalismo posicionado e novas formas de ver o mundo.
No dia 25 de agosto, às 19h30, dando início à terceira edição do Festival, a mesa de abertura intitulada O lugar da utopia em um mundo distópico traz discussões sobre como os ideais de uma sociedade igualitária e verdadeiramente democrática podem impulsionar uma agenda política de oposição ao avanço do autoritarismo, do preconceito e da violência. A mediação do debate será realizada por Cristiane da Silva Guterres, jornalista, apresentadora e redatora, com participação de Helio Santos, doutor em administração e fundador do IBD (Instituto Brasileiro de Diversidade), e Cíntia Guedes, doutora em comunicação pela UFRJ, com ênfase em relações raciais, colonialidade do poder e produção de subjetividade.
Abrindo o segundo dia, às 10h15, o painel Entre redes e ruas: Que democracia é essa? apresenta uma discussão sobre a qualidade da democracia no Brasil a partir de um debate público promovido nas redes sociais e na vivência das ruas. Mediada por Rosane Borges, doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP, a mesa também recebe Michel Silva, graduado em jornalismo pela PUC-RJ, é co-fundador do jornal Fala Roça; MidiãNoelle, jornalista e mestra em cultura pela UFBA; e Célia Tupinambá, líder indígena, professora, intelectual e artista da aldeia Serra do Padeiro. Na sequência, às 15h00, Novas resistências para velhas violações é o tema apresentado por Valéria Lima, do Instituto Mídia Étnica e do Portal Correio Nagô, que discorre sobre o papel da comunicação na construção de caminhos contra a barbárie. Para integrar a mesa, participam Guilherme Soares, jornalista, consultor em diversidade e criador do Guia Negro; Denise Mota, jornalista dos veículos AgenceFrance-Press, No Toquen Nada e Folha de S. Paulo e Claudia Wanano, comunicadora da Rede Wayuri, de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Para finalizar os debates deste dia, a mesa Uma cidade para todas as histórias, mediada pela jornalista Mônica Santos, às 18h45, discute a ocupação de artistas, movimentos sociais e comunicadores em espaços gentrificados das grandes metrópoles. A artista visual e muralista Luna Barros, o coordenador do Centro Cultural Que Ladeira É Essa, Marcelo Teles, e a comunicadora e mestranda em educação pela USP Ana Flor, são os participantes convidados para o painel.
Iniciando a programação do último dia do Festival FALA!, a co-fundadora do portal Nós, Mulheres da Periferia Semayat Oliveira apresenta a mesa Novas formas de ver e contar o mundo às 10h30, trazendo linguagens e narrativas que provocam o pensamento crítico misturando arte, cultura e jornalismo. Ao seu lado nesta discussão estão: Fabiana Lima, do Slam das Minas; DarwizBagdeve, professor universitário e escritor da história em quadrinhos Guerreiro Fantasma, e YaneMendes, cineasta periférica e parte do time de coordenadores da Rede Tumulto, em Recife. Às 15h00, acontece o penúltimo painel do festival: Nós por nós. Identidade, cultura ancestral e combate ao silenciamento. Nele participam Naira Santa Rita, profissional da área de direitos humanos e sustentabilidade; Erisvan Guajajara, jornalista, defensor dos direitos indígenas, fundador e coordenador da Mídia Índia; Joyce Cursino, jornalista, produtora e cineasta; e Natureza França, educadora, mestra em dança e produtora cultural, integrante do Quilombo Aldeia Tubarão e da Rede ao Redor. Vão debater a organização das redes e a produção de informações como instrumento de resistência, luta, memória e identidade de grupos silenciados pela grande mídia.
Fechando os três dias de discussões e aprendizado sobre comunicação, cultura e democracia, às 18h00, os grupos Alma Preta, Marco Zero Conteúdo, Ponte Jornalismo e 1 Papo Reto encerram o festival com o painel O jornalismo posicionado e suas subjetividades, que apresenta e defende a comunicação posicionada que dialoga com a arte e a cultura.
Além dos painéis, a programação do Festival FALA! promove oficinas presenciais, que acontecem no Espaço Cultural Boca de Brasa a fim de desenvolver atividades práticas sobre arte, cultura, pesquisa e comunicação. As primeiras oficinas Pesquisa em Jornalismo: Vamos conversar? O diálogo entre prática e pesquisa em Jornalismo e Arte e Cultura: a gente não quer só comida acontecem no dia 26 de agosto, às 14h00 e às 15h15, ministradas, respectivamente, por Fabiana Moraes, jornalista, professora e pesquisadora do núcleo de design e comunicação da UFPE, Denis de Oliveira, jornalista e professor da ECA-USP e pelos escritores Marcelino Freire e Miriam Alves.
Os workshops previstos para o dia 27 de agosto acontecem também às 14h00 e às 15h15, abordando os temas: Direito à Comunicação: Porque não me calo: o debate interditado sobre o direito à comunicação, por Charô Nunes, da organização Blogueiras Negras, e Daiene Mendes, do Repórteres Sem Fronteiras, e Pluralidade: representatividade e empoderamento no centro do debate, com Aline Midlej, jornalista da Globo News, Joyce Ribeiro, jornalista da TV Cultura e Valéria Almeida, jornalista do Programa Encontro.
Entre os debates e oficinas, também ocorrerão intervenções artísticas das musicistas Amanda Costa, Iane Gonzaga e Áurea Semiséria; declamação de poesias por Rilton Júnior e pelo grupo Slam das Minas; performance e dança de Diego Mamba Negra e Mano Sabota, além da apresentação do conjunto Pradarrum, que trabalha a preservação e valorização da musicalidade dos terreiros de candomblé.