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Flaira Ferro e Afonjah lançam clipe ‘Frevo Caboclo

Quem escutar a música “Frevo Caboclo” vai sentir a imensidão de possibilidades que a música pernambucana é capaz de fazer, ao entrar pelos ouvidos e sacudir todo o corpo, com sua efervescência. Esta mistura musical, que coloca o Frevo e Maracatu Rural, dois dos importantes ritmos patrimônios culturais do Brasil, em um único acorde musical, é ideia do produtor e compositor Afonso Oliveira, com coautoria do músico e cantor Afonjah, ambos pernambucanos.

A iniciativa, que conta com o incentivo do Governo do Estado, por meio dos recursos do Funcultura, será apresentado em evento, no Teatro Fernando Santa Cruz, no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, nesta quinta-feira (28), a partir das 19h. A entrada do público é gratuita. Os Ingressos devem ser emitidos pela plataforma Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/lancamento-do-clipe-frevo-caboclo-afonjah-e-flaira-ferro/1554453  

Assim como a sonoridade musical exalta a beleza dos patrimônios, a letra da música busca ser um manifesto às condições sub-humanas do trabalho laboral que vivem as mulheres e homens da Zona da Mata Norte.

Foto: Edson e Ferreirinha

A gravação do clipe foi realizada no Distrito de Upatininga, Zona Rural da cidade de Aliança, na Zona da Mata Norte. O local, que abriga cerca de cinco mil famílias, é praticamente intocável pelo tempo. É lá que está a Orquestra 15 de novembro (Zezé Correia), formada por jovens negros, músicos, filhos de agricultores e cortadores de cana de açúcar, que também estão no projeto musical.  Há, ainda, dentro do musical “Frevo Caboclo”, a participação especial do  Maracatu Rural Estrela de Ouro de Aliança, que é Ponto de Cultura, e que traz toda a beleza e sonoridade do seu terno. 

Além da participação especial dos artistas, Afonso Oliveira,  que já dividiu a direção com Marcelo Pedroso no filme Maracatu Atômico Kaosnavial (2012) e no clipe Rainha do Congo (2019), desta vez convidou o fotógrafo alemão-pernambucano, Hans von Manteuffel, para fazer a fotografia.

A música “Frevo Caboclo” pretende, também, ser um instrumento para conclamar mais atenção da sociedade e do poder público para valorização da classe artistas culturais do Maracatu Rural. “Observamos que, apesar das condições análogas a escravidão que as mulheres e homens cortadores de cana passam no dia a dia, ainda assim, no Carnaval, eles brincam e novamente são explorados. Porém, desta vez, o poder público é o responsável. Tiram, da mulher e do homem preto, o direito de remunerá-los com cachês que merecem. O caboclo de lança, por exemplo, símbolo do nosso carnaval, não é valorizado como trabalhador rural, nem como artista. É muito doloroso ter que assistir a tudo isso em pleno século XXI. Um Estado, que age com burguesia e pensa como os senhores dos engenhos dos séculos passados” conclui Afonso Oliveira.  

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