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Formação em Mídia Étnica tem aula inaugural de Vilma Reis


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O Instituto Mídia Étnica iniciou no último sábado (03/08) um curso de Formação especializado nas mídias com interesse racial. A aula inaugural contou com a palestra da socióloga e ouvidora da Defensoria Pública da Bahia Vilma Reis, uma referência na luta contra o racismo e genocídio da população negra. A palestra teve transmissão ao vivo na fanpage do Correio Nagô, gerando muitos comentários de quem acompanhou pela internet.

A professora compartilhou com os presentes no curso o seu acervo de livros listando obras de autores importantes, o que gerou euforia dos integrantes do encontro por se tratar de livros que trazem a questão etnica e racial com a ênfase que merece. Entre os escritores estavam Beatriz Nascimento, Muniz Sodré, Frantz Fanon, Carolina Maria de Jesus, Edson Cardoso, Liv Sovik (uma das poucas especialistas não negra da lista de autores apresentada) entre outros. As obras apresentadas tematizam desde aspectos como cultura, artes, comunicação, estética etc a assuntos mais urgentes e polêmicos como a violência policial e a política de repressão às drogas. Para todas essas pautas, foram apresentadas por Vilma Reis justificativas da relevância das obras produzidas por estudiosos negros e que precisam ser de conhecimento e alcance de comunicadores na produção de conteúdo para jornais, publicidade, produtos audiovisuais e peças para redes sociais. Além disso, todos os participantes puderam esplanar o seu interesse no curso e na temática, e de que forma vai utilizar o aprendizado no seu cotidiano.

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O intuito do curso é instruir os participantes sobre a utilização da comunicação contra o racismo, até porque esse tema não circula com frequência nas mídias sociais,escolas e nas universidades (nem mesmo nos cursos de Comunicação, conforme foi relatado por diversos participantes ao longo da palestra de Vilma Reis). Por isso é necessário ter esse tipo de formação para fortalecer o discurso e dar dicas de como transformar o assunto em algo relevante para a população.

Como estudante de Comunicação e negro, o encontro foi de grande valia para mim por ser uma formação externa, e por se tratar de um conhecimento que não encontramos nos cursos de formação superior. Espero que a formação possa repercutir de maior do que eu imaginei, e que mais e mais pessoas iniciem um interesse sobre Mídias Étnicas.

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Na próxima semana (10/09) o curso contará com a presença da jornalista Maíra Azevedo que vai tratar do tema “pautas e abordagem”. Entre as convidadas para ministrar aulas na Formação em Mídia Étnica estão as jornalistas Maíra Azevedo (Tia Má) e Cleidiana Ramos (revista digital Flor de Dendê, professora da Faculdade Dois de Julho e doutoranda em Antropologia pela Ufba); o jornalista e fotógrafo André Frutuoso, o jornalista e doutorando em Políticas de Comunicação (Unb), Pedro Caribé (da Rede Bahia 1798); o publicitário e pesquisador sobre novas mídias Paulo Rogério Nunes (Berkman Center/Harvard University); o produtor audiovisual Rosalvo Neto, responsável pela TV Correio Nagô, entre outros.

Texto: Marcelo Nascimento, repórter do Correio Nagô

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