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Fotografia e os negros como protagonistas

O curso básico de Fotografia, denominado A Fotografia como meio de expressão, informação e valorização estética negra, tem como objetivo explorar as noções básicas e a história da fotografia, trazendo referências de fotógrafos negros. “O negro é muito fotografado, mas é pouco estudado como produtor das fotografias”, afirma o ministrante do curso Fafá Araújo, que desenvolve o trabalho na área, há sete anos. As inscrições para o curso continuam abertas no Instituto Mídia Étnica (IME), Dois de Julho, em Salvador.

Túlio Xavier, 29 anos, designer, diz que o aprendizado dele em fotografia é autodidata. “Eu nunca tinha feito um curso, mas preciso para a minha qualificação e para projetos que pretendo desenvolver”. O aluno conta que a motivação para a entrada no curso foi devido também à temática abordada. “Ter o recorte racial declarado é importante porque é assumir uma responsabilidade, além do que, no curso, há possibilidades para seguir outros caminhos”, pontua Túlio.

Em todas as aulas, fotógrafos e as suas histórias são apresentados para os alunos. Segundo Fafá Araújo, que desenvolve os seus trabalhos em temas ligados à religião de matriz africana e aspectos culturais africanos, ele não deixa de falar dos clássicos da fotografia, como Sebastião Salgado e Pierre Verger, mas os fotógrafos negros, como Seydu Keita, precisam ter visibilidade e servir de referências no mundo da fotografia. Keita, que nasceu em 1921, no Mali, e morreu em 2011, na França, é conhecido, juntamente com o fotógrafo malinês Malike Sidibé, como o pai da fotografia africana. “É importante mostrar o olhar negro dentro da estética e história da fotografia”, declara Fafá.

Alice Pereira, 34 anos, que desenvolveu o gosto pela fotografia por conta dos familiares, está gostando muito do curso. “Eu gosto porque descobrimos um novo mundo, em que você consegue aprender a parte técnica atrelada às referências negras. “Falta a gente falar da gente”, pontua ela, falando do negro contando a história do negro, pois, assim, há “outras possibilidades de criar coisas novas”, destaca a Assistente Social.

O curso segue até o mês de setembro, totalizando quatro meses. As aulas acontecem sempre aos sábados, das 9h às 12h, no Instituto Mídia Étnica, Dois de Julho, Salvador. O investimento é de 70 reais. Para mais informações, entre em contato com o IME, através do 3011-0980.

 

 

 

 

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