O espetáculo O Jabuti e A Sabedoria do Mundo, infanto-juvenil dirigido por Guilherme Hunder, chega a sua última semana em cartaz no Teatro Sesi do Rio Vermelho, com apresentações dias 23 e 24 de
novembro, às 16h.
Na história, um quinteto de jabutis-griôs-brasileiros, reúnem-se aos fins de tarde na sombra do pé de Irôko, da árvore sagrada, para contarem histórias de África, lendas passadas de geração em geração, vividas por seus antepassados em um tempo antes do nosso, um tempo ancestral.
Esse quinteto de Jabutis retoma a tradição griô, sábios africanos contadores de histórias, para narrar três fábulas. No primeiro conto, Ossain, conhecedor do poder das folhas, detentor de todos os segredos, remédios do próprio Olodumaré, descobre que Xangô quer tomar seu poder. Para esconder as folhas, Ossain contou com ajuda de Aroni (avó dos jabutis-griôs) e preparou uma cabaça com todas as folhas, a colocou no topo do Iróko, árvore sagrada. Xangô fica sabendo dos planos de Ossain e pede a Iansã que assopre uma grande ventania, que derruba a cabaça. Antes que as folhas caíssem no chão todos os orixás pegam uma delas. É assim que cada orixá se torna dono de ewê (folha) – Omolú pegou canela de velho; Ogum os ramos de abre caminho; Xangô as folhas de Acocô. Este é o enredo do conto Ossain e o Poder das Ervas.
Olulu Ofu Ogê, ou seja, “Era uma vez” O Jabuti e a Sabedoria do Mundo – título homônimo da obra, um pequeno Jabuti viaja pelo continente e ao passar por cada reino africano rouba e leva consigo sabedorias e histórias dos lugares. Acreditava que, com toda a Sabedoria, deteria poder, respeito e dinheiro. Depois de roubar a sabedoria de vários reinos, como Oiô, Keto, Ifê, etc, a guarda no pé de Iróko e, em determinado momento, percebe que ela é “Como o vento, sopra com força … ninguém jamais conseguiu segurá-la”.
Por último, O Caçador Serpente, conta a história de um velho caçador que em África consegue uma porção – dada por uma feiticeira – e ao mergulhar o rosto nela torna-se uma serpente e sai a noite para caçar escondido dos filhos. Certo dia, ao sentirem a ausência do pai, um dos filhos descobre a porção e raivosamente a derruba. Ao retornar para casa, o caçador encontra a cabaça destruída e sem poder mergulhar o rosto na porção passa a ser uma serpente para sempre, sendo jamais reconhecido pelos filhos.
No palco, Genário Neto, Igor Nascimento, Johsi Varjão, Larissa Libório e Nitorê Akadã se revezam interpretando os jabutis griôs, contadores de histórias e as personagens dessas mágicas e engenhosas histórias – avô, avó, bisavô e tataravô, feiticeira, caçador serpente, orixás. Os jabutis refletem características e ações humanas. As histórias contadas nos deixam uma reflexão quanto a nossa conduta e o nosso comportamento em sociedade.
Apesar de serem jabutis, as personagens não serão animalizadas, conceito poético proposto para o figurino. “O figurino tem uma estrutura de colagem, sobreposição. Traremos signos do Jabuti por meio da roupa, uma delas é uma mochila – o casco -, um repositório que guarda elementos de cena e acumula a Sabedoria do Mundo”, antecipa Hunder. Já o cenário assinado por Zuarte Júnior, trará uma grande árvore, onde serão vividas e contadas as histórias ancestrais.
FICHA TÉCNICA
Texto – Adaptação de Guilherme Hunder a partir dos livros O Amuleto Perdido e Outras Lendas Africanas de Magdalene Sacranie, Tem Oba-oba no Baobá de Cláudia Lins, O Jabuti e a Sabedoria do Mundo de Vilma Maria, As Aventuras de Torty, a Tartaruga de Sunny e Brasil Africano de André Luís Silva.
Encenação e figurinos – Guilherme Hunder
Assistentes de Encenação – Letícia Aranha e Lucas Araújo
Elenco – Larissa Libório, Diogo Teixeira, Joshy Varjão, Nitorê Akadã, Igor Nascimento e Thiago Ribeiro
Canções originais – Ray Gouveia e Felipe Pires
Direção Musical – Felipe Pires
Cenário – Zuarte Jr.
Iluminação – Alison de Sá
Programação Visual – Diego Moreno
Direção de produção – Guilherme Hunder
Produção Executiva – Sidnaldo Lopes e Eric Lopes
Assistente de Produção – Merinha Paixão
Realização – Cooxia – Coletivo Teatral