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IEMANJÁ | Abertas inscrições para oficina e performance LAVAGEM

18/01/2018 | às 18h30

Lavagem_Foto Ingrid Lago

Em uma procissão-performance, no dia 02 de fevereiro de 2017, às 06h da manhã, dezenas de mulheres gritavam seus ilás (palavra em iorubá que significa ruído/som de origem desconhecida) a caminho das águas salgadas e ofereciam suas cabeças a Iemanjá. A performance fez parte da primeira edição de LAVAGEM, oficina-ação desenvolvida pelas artistas-produtoras da Gameleira Artes Integradas, Raiça Bomfim e Olga Lamas, um processo artístico-político que busca trabalhar a transfiguração das violências diversas sofridas por mulheres.

Em 2018, o projeto retorna com uma oficina de 29 de janeiro até 01 de fevereiro, das 09h às 13h, na Casa Guió, localizada na Rua Odilon Santos (ao lado do Commons Studio Bar), e será aberta a 50 mulheres – maiores de 18 anos. No dia 02 de fevereiro, o cortejo performático dessa pequena multidão de mulheres acontecerá na Alvorada de Iemanjá, saindo do Lalá Multiespaço em direção à Praia do Rio Vermelho.

A seleção das participantes se dará através de inscrição online, focando abarcar perfis variados de idade, escolaridade, experiência artística, classe social, etnia etc. Não é necessário ter experiência artística prévia. Inscrição e maiores informações através do site www.gameleiraintegra.com  ou e-mail gameleiraintegra@gmail.com .

Diferente da primeira edição, que contava com financiamento público, em 2018 a ação acontece de modo independente, o que leva a inscrição ser realizada via pagamento de contribuição consciente (de R$ 120 a R$ 250). “Nosso desejo é abarcar uma coletividade de mulheres o mais ampla e heterogênea possível, dentro das nossas possibilidade de execução da oficina, de modo que cada mulher interessada possa investir de acordo com sua disponibilidade financeira do momento”, declaram as produtoras da Gameleira.

A atriz e jornalista Mônica Santana, premiada pelo seu solo Isto Não é Uma Mulata, participante de LAVAGEM em 2017, declara que o projeto é uma experiência muito potente e um espaço de troca, não somente artística e sim política e social: “Cada mulher trouxe seus olhares, alegrias e tristeza. Foi muita emoção. Extrapola o lugar do racional, pois abre outros canais de percepção e compartilhamento. Lembrando que não é um rito religioso e sim uma performance artística”, reflete a performer que tem um trabalho artístico voltado para o feminismo negro. E convoca: “O projeto Lavagem é um espaço diverso e seria lindo vermos essa diversidade presente, com mulheres CIS, TRANS, negras e das diferentes orientações sexuais. Essa diversidade torna a performance mais rica. Enquanto performance artística e política, ela se torna mais vertical quando temos mais diversidade de discurso e origem”.

Da Redação.

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