50 jovens mulheres foram selecionadas para participação do curso Caravana das Crioulas – Na luta por Igualdade
O Instituto de Juventude Contemporânea – IJC, realizou nesta quarta-feira, 4, a seleção de 50 jovens mulheres, negras e indígenas, para o projeto social Caravana das Crioulas. O curso visa incentivar a formação política das jovens, valorizando e divulgando o papel e a importância das mulheres no combate ao racismo e na superação das desigualdades de gênero na cidade de Fortaleza.
Apesar de o curso ser para voltado para jovens mulheres fortalezenses, o IJC recebeu mais de 100 inscrições de jovens de diversos estados do Brasil como Piauí, Bahia e Pernambuco e de homens que desejam partilhar da formação e fortalecer o debate da igualdade de gênero e raça.
O projeto Caravana das Crioulas trabalhará com espaços de vivências reflexivas, criticas e criativas na construção de uma agenda de políticas públicas que promovam a transformação social. Essa ação é constituída de 05 (cinco) encontros formativos, dividido entre debates, rodas de conversas, oficinas, campanhas e a constituição de um conselho político chamado Dandara*, formado pelas jovens participantes. As atividades conjuntas e participativas buscarão novas estratégias, compartilhando saberes e trocando experiências para o fortalecimento da condição juvenil na construção de uma vida plena e saudável.
As jovens selecionadas tem, entre 15 à 26 anos de idade, e são em sua maioria negra, estudante do ensino médio incompleto e superior incompleto e residentes dos bairros Mondubim, Barra do Ceará, Parque Dois Irmãos, Bom Jardim e Henrique Jorge. Bairros escolhidos pelo projeto por serem considerados, a partir de dados da Secretaria de Segurança pública do estado do Ceará de 2010, os 05 com maior índice de violência da cidade. Segundo a Secretaria, dos homicídios cometidos em Fortaleza, uma média de 3,19 ao dia, com cerca de, 29% estão concentrados nestes bairros.
“Esperamos com esse projeto, trabalhar uma formação diferenciada com as jovens mulheres da cidade de Fortaleza, aprofundando pautas como a violência, direitos sexuais e reprodutivos, identidade, ancestralidade, entre outras, para o empoderamento de feminino, a a partir de uma outra ótica. Essas jovens vão interagir com jovens de vários espaços, trazendo experiências em área como, o movimento de mulheres, estudantil, partidário, religioso e cultural e nos ensinaram muita coisa. Disso, eu tenho.” – afirma Antonio Flávio, mobilizador social do IJC que participou da seleção.
Por Luizete Vicente, correspondente do CORREIO NAGÔ no Ceará