(Fotos: reprodução facebook do Ilê Aiyê)
Os 39 anos de um dos principais blocos afro de Salvador será comemorado nesta quinta-feira (1º) ao som do batuque dos tambores e os timbres de fortes vozes. No seu 39º aniversário, o Ilê Aiyê comemora a trajetória de lutas contra o racismo e de promoção do orgulho de ser negro.
A festa, na sede do bloco, no Curuzu, vai contar com a participação da cantora Maragareth Menezes. “Temos que destacar a luta, a garra desse grupo. Ficamos muito feliz de resgatar esse orgulho negro. De ter feito grande parte da população ter se assumido como negro. Estamos contentes com a nossa teimosia”, disse ao Correio Nagô, o presidente do bloco afro, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê.
Apesar dos inúmeros motivos para celebrar e das muitas conquistas obtidas na trajetória, Vovô do Ilê critica ainda a “pouca participação da juventude negra”. Para ele, falta um pouco mais de engajamento e consciência política nos jovens. “Está faltando a juventude negra dar continuidade (ao que foi feito pelo Ilê). Hoje, eles estão muito mais equipados e mais acomodados”, ressalta.
Vovô dispara ainda críticas ao que chama de novas formas do preconceito racial. “O racismo aqui na Bahia ainda é muito forte. Não lhe chamam mais de fedorento, por exemplo, mas acham outras formas de impedir o nosso crescimento. O racismo continua. O que muda são as formas”, complementa.
Festa – Antes dos shows, às 20 horas, conforme a tradição, os músicos do Ilê realizam um “arrastão percussivo” da praça do Plano Inclinado da Liberdade até a sede do bloco. O show de Margareth está previsto para as 22 horas terá ingressos a R$20 (pista) e R$40 (camarote). A comemoração do aniversário do “Mais belo dos belos” contará ainda com a participação da Band`Aiyê, que fará as honras da casa cantando os seus sucessos.
História – Criado em 1974, no Curuzu, o Ilê surgiu no espaço do Terreiro de Candomblé da nação gêge-nagô Ilê Axé Jitolu, que era comandado pela Mãe Hilda dos Santos, já falecida. Desde então, o bloco tem se tornado um protetor e disseminador importante da cultura negra.
*Por Redação Correio Nagô
