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Indústrias aumentam demanda por robôs para substituir pessoas na China

 

robos i robot

Salários mais elevados entre a população chinesa impulsionam a busca por essas máquinas

O pesadelo dos filmes de ficção científica pode estar se tornando realidade: milhares de chineses devem ser substituídos por máquinas nas linhas produtivas do país nos próximos anos. Além de mais rápidos e eficientes, os robôs estão se tornando uma alternativa barata a mão-de-obra chinesa.

De acordo com estudo da Federação Internacional de Robótica, a China deve se tornar o maior consumidor mundial de robôs em dois anos. O presidente da associação, Gudrun Litzenberger, explicou que o país possui o mercado de compra destes equipamentos que mais cresce no mundo.

A instalação de máquinas multifuncionais cresceu 136% de 2008 a 2011 e deve crescer 15% apenas neste ano nas indústrias chinesas, segundo estimativas da federação. A compra de robôs no país acompanhou a tendência crescente: entre 2010 e 2011, houve aumento de 51% e neste ano, de 10%.

A companhia suíça ABB afirmou que, em sua filial no país, 120 pequenos robôs substituíram 280 trabalhadores, com aumento de produção de 15%. De acordo com a versão oficial, a empresa “liberou” os operários de uma atividade repetitiva e cansativa.

Outras empresas que atuam no país informaram que querem investir nesse tipo de mão-de-obra, entendida como a chave para o crescimento industrial nas próximas décadas. Por essa razão, as autoridades chinesas afirmaram que suas companhias estão desenvolvendo estudos em tecnologia robótica a fim de aprimorar as máquinas.

O governo municipal de Shangai afirmou que a robótica é “uma de suas principais indústrias” e o vice-ministro de recursos humanos e segurança social, enfatizou a necessidade de “melhorar equipamento e tecnologia”. “A China precisa subsidiar as suas próprias companhias para ter certeza de que possa competir com a tecnologia estrangeira neste mercado”, disse um funcionário da SIASUN, indústria que desenvolve o equipamento em Shangai.

Os robôs são mais eficientes nas linhas produtivas, mas a principal razão para os investidores na China estarem interessados nestes equipamentos é econômica. A população jovem do país está diminuindo em decorrência da política de filho único do governo, o que elevou os custos da mão-de-obra.

Em 2000, existiam seis cidadãos entre a população ativa para cada chinês com mais de 60 anos; daqui a 20 anos, especialistas estimam que haverá apenas dois. Mas, os reflexos da mudança demográfica já são sentidos pelos empresários no país.

“Não existem muitos jovens vindo das ruas para preencher vagas nas fábricas. Por isso que estamos vendo os salários crescerem e as fábricas lutando para contratar equipe treinada”, explicou Geoff Crothal, porta-voz do centro de pesquisa China Labor Bulletin citado pelo jornal britânico Guardian.

Se depender dos interesses dos empresários que investem no país, os pesadelos das ficções científicas dos anos 80 vão se concretizar nas próximas décadas.

Fonte: Opera Mundo

 

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